Exilado político, o pai de Petrarca refugiou-se durante um tempo em Arezzo e, em 1312, transferiu-se para Avignon, na França, que era então a sede do Papado, servindo junto à corte pontifícia. Os seus filhos, Francesco e Gherardo, seguiram os estudos jurídicos, iniciados em Montpellier (França) em 1316 e concluídos em Bolonha, em 1326.
Francesco retornou a Avignon após a morte do pai e frequentou a alta sociedade local. Em 6 de abril de 1327, na igreja de Santa Clara, viu pela primeira vez a mulher que amou por toda a vida e que imortalizou em sua obra poética em italiano: Laura, tradicionalmente identificada com uma certa Laura de Noves, esposa de um nobre francês.
Por volta de 1330, entrou para o clero, tendo como finalidade obter uma renda segura, como era muito comum no fim da Idade Média. Nessa condição, tornou-se amigo e protegido da poderosa família Colonna (cujo poder se estendia à Itália, França e Provença). Assim, fez parte da corte do Cardeal Giacomo Colonna e tornou-se capelão do castelo de Giovanni Colonna.
Devido à proteção dessa família, entrou em contato com os mais importantes intelectuais de seu tempo, pôde estudar e possuir livros caros e raros, além do reconhecimento público de sua obra poética. De facto, recebeu uma coroa de louros como poeta, de onde veio a expressão "poeta laureado", em 18 de abril de 1341, cerimónia que, embora comum na Antiguidade clássica, era celebrada pela primeira vez naquela época.
Na biografia de Petrarca evidencia-se uma inquietude que o levou a viajar por grande parte da Itália e da Europa, visitando bibliotecas, lugares e monumentos antigos. Periodicamente, porém, recolhia-se em lugares solitários para meditar ou escrever. A partir dos anos 1340 a sua fama aumenta cada vez mais e ele é acolhido com honra em todos os lugares e mantinha contacto com várias famílias italianas nobres.
Após 1350, estreitou amizade com Giovanni Boccaccio, que o considerava seu mestre espiritual e cultural. Ainda assim, vivia cada vez mais recolhido e recusou diversos cargos honoríficos, até o de secretário do cardeal de Provença, que lhe foi oferecido pelo papa. O seu recolhimento aumentou com a morte precoce de seu filho Giovanni e de Laura, em 1348, em virtude da peste que assolou a Europa naqueles anos. Além disso, aborrecia-se com a falta de renovação política e com o agravamento da corrupção eclesiástica.
Estabeleceu-se definitivamente na Comuna de Arquà, em 1370, onde morreria quatro anos depois. A obra que lhe deu definitivamente fama foram os poemas em italiano, língua da qual, juntamente com Dante e com outros poetas da Toscana, foi um aprimorador. Os 366 textos, compostos ao longo de toda sua vida, foram recolhidos no "Cancioneiro". Além disso, escreveu várias outras obras em latim.
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