Nem Kok Nam, nem Sérgio Santimano, nem Naíta Ussene - o maior poeta da fotografia de Moçambique foi Ricardo Rangel. O seu "clique mágico" permitiu que o repórter de ofício fosse registando, num claro escuro pleno de nuances e de contrastes, figuras tão paradoxais como a do porteiro de um cabaré com cabeleira digna da corte de Luís XIV. Mas bastava a série construída nas décadas de 60 e 70 nos bares de prostituição da Rua Araújo, na então Lourenço Marques - hoje, no livro Pão Nosso de Cada Noite -, para se concluir que Ricardo Rangel não era apenas repórter - foi autor maior na arte da fotografia. Agora, após se ter apagado o seu olhar, podemos ouvir, em sua honra, A Night in Tunisia, pois ele era um admirador do jazz de Charlie Parker.
Cortesia de DN
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