A «grande diversidade das manifestações da língua portuguesa» constitui o tema do mais recente número da revista Veredas, da Associação Internacional de Lusitanistas, uma organização de índole académica, com sede na Universidade de Coimbra e actualmente presidida pela brasileira Regina Zilberman, da Universidade do Rio Grande do Sul.
O número 9 de Veredas, com data de 2008 e cuja coordenação coube à professora Perpétua Gonçalves, da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), de Maputo, apresenta um conjunto de estudos que «descrevem e analisam variações linguísticas e estratégias de aquisição do português em situações de diglossia e enquanto língua segunda», escreve-se no editorial da revista, em que se sublinha a actualidade do tema nos países africanos de língua oficial portuguesa e em resultado «das novas dinâmicas sociais resultantes da globalização».
«Devido à conjugação de um leque de factores de natureza diversa, o último quartel do século XX teve uma importância crucial na consolidação do universo da língua portuguesa», refere Perpétua Gonçalves na apresentação da revista, sublinhando que nesse período se assistiu à «massificação do uso do Português nos países africanos recém-independentes».
Foi também o período em que, segundo a professora catedrática da UEM, se pôs de lado o reconhecimento único das variedades europeia, brasileira e do Galego como partes do conjunto «Língua Portuguesa» ou do chamado «Português Africano», «uma entidade linguística abstracta, falada em cinco países independentes, numa zona geograficamente descontínua, por populações com línguas maternas tipologicamente distintas».
O número da revista foi pois concebido no sentido de «reunir trabalhos que aproximem e contrastem entre si não só diferentes variedades do Português, mas também crioulos de base lexical portuguesa, proporcionando assim uma percepção mais global do continuum de variedades e línguas incluídas no universo da língua portuguesa».
Foram também incluídos, segundo Perpétua Gonçalves, «estudos sobre dinâmicas recentes do Português nos novos países africanos, que revelam aspectos ainda pouco conhecidos do seu uso em comunidades urbanos multilingues».
A Associação Internacional de Lusitanistas realiza de 4 a 9 de Agosto próximo o seu IX Congresso no Funchal, na Universidade da Madeira, tendo como tema geral Lusofonia: tempo de reciprocidades.
Cortesia de IC
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