A VII cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) adoptou a 25 de Julho, em Lisboa, uma declaração em que enuncia um conjunto de intenções e políticas com vista à projecção do Português como «língua global».
Esse objectivo passa nomeadamente, segundo a declaração, pelo apoio dos oito Estados-membros da organização à «introdução da Língua Portuguesa em Organizações internacionais, regionais ou agências especializadas, bem como à sua utilização efectiva em todas aquelas Organizações onde o Português já constitui língua oficial ou de trabalho».
Visando a «efectiva mundialização da Língua Portuguesa», a CPLP propõe também a «coordenação de esforços» entre os seus membros para a «formação de tradutores e intérpretes e a implementação de tecnologias da informação e comunicação ao serviço da tradução e interpretação».
A «concertação de programas comuns para o Ensino do Português como Língua Estrangeira, com a criação de uma rede de professores certificados dos Estados-Membros da CPLP e a difusão dos sistemas de certificação do Português como Língua Estrangeira», é outra medida avançada.
Os «oito» comprometem-se também na declaração aprovada na cimeira a concertar programas no cenário internacional para promover «o valor cultural e económico do Português, designadamente através de projectos comuns suportados pelas tecnologias de informação e comunicação».
Os membros da CPLP propõem-se igualmente partilhar «experiências» e «esforços no sentido de serem definidas políticas de ensino que visem especificamente a aprendizagem da Língua Portuguesa, nomeadamente através da formação especializada dos professores para o ensino do Português como Língua Não Materna (Língua Segunda)».
Na declaração, em que os países membros da CPLP manifestam o seu «regozijo pela futura entrada em vigor do Acordo Ortográfico» e se comprometem a «partilhar metodologias para a sua aplicação prática», é indicada a «necessidade de medidas concretas» com vista à «unificação do vocabulário científico e técnico em Língua Portuguesa».
O documento aprovado na cimeira de Lisboa indica que o Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), organismo com sede em Cabo Verde criado por decisão da CPLP de 1999, acompanhará a «aplicação prática do Acordo Ortográfico, coordenando a apresentação de relatórios periódicos».
Ao serviço das políticas contidas na declaração, o IILP deverá adoptar «um Plano Estratégico para a Gestão da Língua Portuguesa», a ser apresentado na XIV Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP, em 2009.
«Neste contexto, os Estados membros da CPLP reiteram a necessidade de serem criadas as respectivas Comissões Nacionais adstritas ao IILP e de que seja assegurada a operacionalidade daquelas já criadas.»
No documento, os governantes da CPLP comprometem-se ainda a desenvolver programas «que permitam a permanente ligação das diásporas às culturas dos seus países de origem e a simultânea integração nos países de acolhimento», dado que «a Língua Portuguesa é um factor de união das diásporas» dos Estados-membros da organização.
A CPLP foi criada a 17 de Julho de 1996 numa cimeira constitutiva, realizada em, Lisboa. Dela fazem parte Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e, desde 2002, Timor-Leste. As Ilhas Maurícias, a Guiné Equatorial e o Senegal (na VII Cimeira) são países observadores associados.
A CPLP assume-se como um projecto político cujo fundamento é a Língua Portuguesa, vínculo histórico e património comum dos «oito», tendo como objectivos gerais a concertação política e a cooperação nos domínios social, cultural e económico.
Cortesia de IC
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