O escritor José Saramago defendeu ontem à noite em Lisboa, que a poesia portuguesa seja mais estudada nas escolas, dando como exemplo o poeta Jorge de Sena como um dos autores que deveria figurar entre os de leitura obrigatória.
"Têm-me dito que são sobretudo os romances a surgir nas leituras obrigatórias nas escolas. É tempo de dar passo à poesia", apelou o Nobel da Literatura durante uma sessão de homenagem a Jorge de Sena realizada quinta-feira à noite no Teatro Nacional de São Carlos (TNSC), promovida pela Fundação José Saramago, e que contou com a presença do ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, e ainda diversos especialistas da obra de Jorge de Sena como Eduardo Lourenço, Vítor Aguiar e Silva e Jorge Fazenda Lourenço.
Perante uma audiência que encheu totalmente o Salão Nobre do TNSC, Saramago justificou a escolha de Jorge de Sena para a sessão/debate intitulada "Um Regresso": "É um grande poeta, um grande escritor, uma grande cabeça e um grande coração", sublinhou, sobre o autor nascido em Lisboa, em 1919, e falecido nos Estados Unidos em 1978.
Considerado um dos grandes poetas de língua portuguesa e uma das figuras centrais da cultura portuguesa do século XX, exilou-se no Brasil em 1959 e foi viver para os Estados Unidos em 1965, onde leccionou literatura. São da sua autoria, entre uma vasta obra de poesia, ficção, teatro e ensaio, "Metamorfoses", "Arte de Música" e "Peregrinatio ad Loca Infecta".
Estava prevista a leitura de uma mensagem da viúva, Mécia de Sena, mas Saramago explicou que tal não foi possível porque os incêndios que têm devastada Santa Bárbara (Califórnia), onde reside, obrigaram-na a abandonar a residência habitual, que esteve ameaçada pelo fogo.
Cortesia de JN
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