A poesia lírica de Luís de Camões, numa edição completa em Inglês, é lançada a 28 de Outubro no Reino Unido, numa sessão no King's College de Londres com a presença do tradutor, Landeg White, poeta e professor na Universidade Aberta.
The Collected Lyric Poems of Luís de Camões foram editados, este ano, pela editora norte-americana Princeton University Press, na colecção Lockert Library of Poetry in Translation, cujo director, Richard Howard, considera que o livro torna acessível pela primeira vez em Inglês «um corpo único de poesia renascentista e um grande clássico da literatura ocidental».
The Collected Lyric Poems of Luís de Camões foram editados, este ano, pela editora norte-americana Princeton University Press, na colecção Lockert Library of Poetry in Translation, cujo director, Richard Howard, considera que o livro torna acessível pela primeira vez em Inglês «um corpo único de poesia renascentista e um grande clássico da literatura ocidental».
Na apresentação da obra pela editora, escreve-se que a lírica do autor de Os Lusíadas é «quase completamente desconhecida» fora de Portugal. A colectânea reúne assim mais de 280 poemas líricos entre sonetos, elegias, hinos, odes e éclogas.
O livro foi organizado por White como uma viagem, seguindo os passos de Camões, que terá sido o primeiro «grande artista europeu» a viajar para o Hemisfério Sul, onde passou duas décadas na África do norte e oriental, no Golfo Pérsico, na Índia e em Macau. «De uma elegia feita em Marrocos a um hino escrito no Cabo Guardafui, na ponta norte da Somália, aos primeiros poemas de amor europeus modernos a uma mulher não-europeia, estas líricas reflectem os encontros de Camões com lugares e pessoas radicalmente não familiares».
«Trabalho de um dos primeiros cosmopolitas europeus, estes poemas demonstram que Camões mereceria o seu lugar entre os grandes poetas mesmo que não tivesse escrito o seu épico», conclui a nota da editora.
Doutorado em Estudos Ingleses e Americanos, Landeg White foi também responsável pela tradução para Inglês, em 1997, de Os Lusíadas, de Luís de Camões, que o poeta e jornalista Eric Ormsby, um especialista em assuntos islâmicos, classificou em Setembro no New York Sun como uma «versão brilhante» do poema épico e «facilmente a [sua] melhor tradução moderna». A obra valeu aliás a Landeg White, que ensina Estudos Ingleses e Americanos na Universidade Aberta, o Prémio de Tradução Teixeira-Gomes de 1998.
Sobre a tradução da lírica, Ormsby não foi tão entusiástico, considerando que «traduzir tal poesia bem é difícil, senão mesmo impossível». «White subiu a parada ao assumir todos os poemas líricos de Camões e ao tentar devolvê-los num verso credível em Inglês». Ormsby critica os resultados da decisão de White usar o que ele chamou um «esquema de rimas relativamente relaxado». «Na prática, isto significa que de alguma maneira vale tudo».
Muito diferente é a opinião de José Luiz Passos, da Universidade da Califórnia, Los Angeles (EUA), que considera a tradução da lírica de Camões «uma grande conquista».
Maravilhosamente clara e aparentemente sem esforço, a tradução de Landeg White revela um Camões inteiramente moderno e atractivo, que falará sem dúvida às novas gerações de leitores».
O professor brasileiro do Departamento de Espanhol e Português da UCLA aprecia em particular a organização que White deu à lírica camoniana, ordenada pelo périplo do poeta português, o que faz com que o livro seja lido como «uma jornada e dá uma visão provocatória do alcance de Camões como poeta»
Cortesia de IC
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