Nos últimos 12 anos, traduziu para Mirandês mais de uma centena de autores portugueses e estrangeiros. O seu trabalho está disponível na Internet.
Jurista, professor convidado na Universidade Nova de Lisboa e vice-presidente do Conselho Directivo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, Amadeu Ferreira é um homem com várias ocupações profissionais. Apesar dos seus afazeres, dedica-se à escrita, investigação, tradução e história da segunda língua oficial em Portugal.
Ao longo dos últimos 12 anos, já traduziu para Mirandês mais de uma centena de autores portugueses e estrangeiros.
Obras como "Os Lusíadas" de Camões, foram traduzidas na íntegra, ou a poesia de Fernando Pessoa e seus heterónimos. Para já, estão disponíveis na Internet, através do http://lhengua.blogspot.com.
Ao consultar aquele espaço, o leitor depressa se apercebe do "atrevimento" de Amadeu Ferreira ao traduzir estilos tão diferentes como o de Bob Dylan, Friedrich Nietzsche ou os clássicos gregos e latinos, como Vergílio, Horácio, Ovídio ou Catulo, entre outros. Os poetas espanhóis, ingleses e franceses têm igualmente um lugar de destaque na galaria de traduções do autor mirandês.
Amadeu Ferreira tem igualmente traduzido para Mirandês a Bíblia e os Quatro Evangelhos, uma tradução pela qual o autor tem particular carinho.
"Eu gosto de ouvir os grandes poetas da literatura mundial na minha língua, o Mirandês. Raro é o dia em que não me envolvo em traduções, há já vários anos que venho traduzindo clássicos da literatura e não só", disse o escritor, ao JN, sublinhando: "Se os autores que traduzi pudessem ouvir os seus trabalhos com a fonética do Mirandês não ficariam decepcionados".
Do ponto de vista comercial, Amadeu Ferreira tem traduzido para Mirandês dois volumes da colecção de aventuras do herói da banda desenhada Astérix, o Gaulês, estando a aguardar uma edição também em banda desenhada de "Os Lusíadas", que assenta em desenhos de José Rui.
Em 2004, Amadeu Ferreira foi distinguido pelo então presidente da República, Jorge Sampaio, com a comenda da Ordem do Mérito (classe Cultura), dado o seu trabalho em prol da defesa e manutenção da língua mirandesa.
Há já um número considerável de publicações na segunda língua oficial portuguesa, "mas é preciso continuar a insistir, para que o Mirandês não seja um parente pobre da cultura nacional".
Cortesia de JN
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