Os passageiros do eléctrico 28, em Lisboa, são, pontualmente, surpreendidos por um grupo de jovens que recita poesia de Fernando Pessoa. O "Circuito Pessoano" é interpretado por alunos de uma escola profissional.
O circuito do Eléctrico 28 é um dos mais emblemáticos cartões de visita que Lisboa oferece aos turistas. Todo o estrangeiro que passa por Lisboa tem que viajar pelo menos uma vez naquele eléctrico amarelo que percorre uma boa parte da zona histórica da cidade. E ultimamente têm sido surpreendidos com poesia em movimento: grupos de alunos do 12º ano da Escola Profissional Almirante Reis têm subido a bordo do eléctrico para recitar poesia de Fernando Pessoa.
A iniciativa visa celebrar o 74º aniversário da morte do poeta e pretende "dar a conhecer poemas do ortónimo e de heterónimos de Fernando Pessoa, permitindo a interacção entre diferentes públicos, partilhando sensações e emoções".
A reacção dos passageiros é, regra geral, muito positiva. "As pessoas reagem com entusiasmo e admiração", confessa, ao JN, Ana Sofia David, professora de Português e uma das responsáveis pelo projecto. "Acontece uma coisa fantástica: se o eléctrico vai com muito barulho, as pessoas começam a falar mais baixo ou calam- -se", descreveu. "Os turistas", prosseguiu "ficam encantados, tiram fotografias e recebem alguns folhetos com poemas do Fernando Pessoa em inglês".
As próprias alunas, com idades que oscilam entre os 17 e os 18 anos, não disfarçam o entusiasmo pela sua participação. "Tudo o que seja sair da sala de aula e vir cá para fora acaba por ter impacto", concorda a professora, frisando que "a poesia quer-se assim nas ruas" e que a juventude "tem que perceber que a poesia está em todo o lado".
Apesar de admitir que alguns dos alunos da escola "não têm muitos hábitos de leitura de poesia", Ana Sofia David tem esperança que iniciativas destas possam ajudar a mudar o cenário: "Acabámos por conquistá-los assim".
Numa das últimas viagens, que o JN acompanhou, Dalila Oliveira, estudante, de 17 anos, foi particularmente brilhante ao ler "O Nevoeiro", perante o sorriso dos portugueses e de um casal de turistas asiáticos com olhar de espanto enquanto filmavam.
O próprio trajecto do eléctrico 28 desenha-se por uma série de lugares associados à vida e obra do poeta. O grupo entra junto à Voz do Operário, não muito longe da nova Galeria Fernando Pessoa no Campo de Santa Clara. Minutos depois passa perto do emblemático café Martinho da Arcada. Segue para o Chiado, passa pela estátua à frente da Brasileira, pelo Casa Fernando Pessoa, em Campo de Ourique, e, por fim, termina a sua marcha junto ao Cemitério dos Prazeres, onde Fernando Pessoa foi sepultado a 2 de Dezembro de 1935.
Cortesia de JN
O circuito do Eléctrico 28 é um dos mais emblemáticos cartões de visita que Lisboa oferece aos turistas. Todo o estrangeiro que passa por Lisboa tem que viajar pelo menos uma vez naquele eléctrico amarelo que percorre uma boa parte da zona histórica da cidade. E ultimamente têm sido surpreendidos com poesia em movimento: grupos de alunos do 12º ano da Escola Profissional Almirante Reis têm subido a bordo do eléctrico para recitar poesia de Fernando Pessoa.
A iniciativa visa celebrar o 74º aniversário da morte do poeta e pretende "dar a conhecer poemas do ortónimo e de heterónimos de Fernando Pessoa, permitindo a interacção entre diferentes públicos, partilhando sensações e emoções".
A reacção dos passageiros é, regra geral, muito positiva. "As pessoas reagem com entusiasmo e admiração", confessa, ao JN, Ana Sofia David, professora de Português e uma das responsáveis pelo projecto. "Acontece uma coisa fantástica: se o eléctrico vai com muito barulho, as pessoas começam a falar mais baixo ou calam- -se", descreveu. "Os turistas", prosseguiu "ficam encantados, tiram fotografias e recebem alguns folhetos com poemas do Fernando Pessoa em inglês".
As próprias alunas, com idades que oscilam entre os 17 e os 18 anos, não disfarçam o entusiasmo pela sua participação. "Tudo o que seja sair da sala de aula e vir cá para fora acaba por ter impacto", concorda a professora, frisando que "a poesia quer-se assim nas ruas" e que a juventude "tem que perceber que a poesia está em todo o lado".
Apesar de admitir que alguns dos alunos da escola "não têm muitos hábitos de leitura de poesia", Ana Sofia David tem esperança que iniciativas destas possam ajudar a mudar o cenário: "Acabámos por conquistá-los assim".
Numa das últimas viagens, que o JN acompanhou, Dalila Oliveira, estudante, de 17 anos, foi particularmente brilhante ao ler "O Nevoeiro", perante o sorriso dos portugueses e de um casal de turistas asiáticos com olhar de espanto enquanto filmavam.
O próprio trajecto do eléctrico 28 desenha-se por uma série de lugares associados à vida e obra do poeta. O grupo entra junto à Voz do Operário, não muito longe da nova Galeria Fernando Pessoa no Campo de Santa Clara. Minutos depois passa perto do emblemático café Martinho da Arcada. Segue para o Chiado, passa pela estátua à frente da Brasileira, pelo Casa Fernando Pessoa, em Campo de Ourique, e, por fim, termina a sua marcha junto ao Cemitério dos Prazeres, onde Fernando Pessoa foi sepultado a 2 de Dezembro de 1935.
Cortesia de JN
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