Andrei Voznessenski, um dos maiores poetas russos e soviéticos do séc. XX, faleceu hoje na sua residência em Moscovo, anunciou a mulher do poeta.
Nascido em Moscovo em 1933, Voznessenski viveu com familiares a Vladimir, durante a II Guerra Mundial (1939-1945), regressando depois à cidade natal. Influenciado por Goya (tinha em casa um livro com ilustrações do artista), começou a pintar e a escrever, enquanto aprendia arquitectura, curso que concluiu em 1957.
Publicou os primeiros versos em 1958. No ano seguinte surgiram “Os Mestres”, que o afirmaram como um indiscutível talento da poesia soviética. Boris Pasternack estimulou-o na actividade poética e, repentinamente, Andrei Voznessenski tornou-se um autor popular, enchendo estádios com os seus recitais.
Seguiram-se os livros “Mosaico” e “Parábola”, comprovando a brilhante técnica de Voznessenski, o seu verso dinâmico e colorido, cheio de imagens complexas e associações verbais e fonéticas.
A sua poesia transmite num ritmo sincopado as ansiedades e tensões do nosso tempo, a ideia da beleza que engendra a fé e a esperança na vida, incompatível com o despotismo das guerras.
O seu livro “Coração de Aquiles” vendeu meio milhão de exemplares. Era um dos poetas mais respeitados da Rússia, com uma valiosa obra editada, e o seu nome ultrapassou fonteiras, tendo recitado os seus poemas na Inglaterra, nos Estados Unidos e noutros países.
O poeta e tradutor português José Sampaio Marinho traduziu alguns poemas de Voznessenski, entre eles “Góia”, um dos mais conhecidos: “Sou Góia!/Arrancou-me o inimigo as furadas órbitas em voo para o campo nu./Sou horror./ Sou grito./ Da guerra, do carvão das cidades na neve do ano quarenta e um./Sou fome./Sou garganta/ De mulher enforcada cujo corpo, como um sino, tangia na praça nua.../ Sou Góia! Ó cachos/ Da represália! Em descarga voo para o ocidente, eu cinza de inesperado visitante!/ E na memoria do céu sólidas estrelas cravo Como cravos./Sou Góia.”
Cortesia de O Público
Nascido em Moscovo em 1933, Voznessenski viveu com familiares a Vladimir, durante a II Guerra Mundial (1939-1945), regressando depois à cidade natal. Influenciado por Goya (tinha em casa um livro com ilustrações do artista), começou a pintar e a escrever, enquanto aprendia arquitectura, curso que concluiu em 1957.
Publicou os primeiros versos em 1958. No ano seguinte surgiram “Os Mestres”, que o afirmaram como um indiscutível talento da poesia soviética. Boris Pasternack estimulou-o na actividade poética e, repentinamente, Andrei Voznessenski tornou-se um autor popular, enchendo estádios com os seus recitais.
Seguiram-se os livros “Mosaico” e “Parábola”, comprovando a brilhante técnica de Voznessenski, o seu verso dinâmico e colorido, cheio de imagens complexas e associações verbais e fonéticas.
A sua poesia transmite num ritmo sincopado as ansiedades e tensões do nosso tempo, a ideia da beleza que engendra a fé e a esperança na vida, incompatível com o despotismo das guerras.
O seu livro “Coração de Aquiles” vendeu meio milhão de exemplares. Era um dos poetas mais respeitados da Rússia, com uma valiosa obra editada, e o seu nome ultrapassou fonteiras, tendo recitado os seus poemas na Inglaterra, nos Estados Unidos e noutros países.
O poeta e tradutor português José Sampaio Marinho traduziu alguns poemas de Voznessenski, entre eles “Góia”, um dos mais conhecidos: “Sou Góia!/Arrancou-me o inimigo as furadas órbitas em voo para o campo nu./Sou horror./ Sou grito./ Da guerra, do carvão das cidades na neve do ano quarenta e um./Sou fome./Sou garganta/ De mulher enforcada cujo corpo, como um sino, tangia na praça nua.../ Sou Góia! Ó cachos/ Da represália! Em descarga voo para o ocidente, eu cinza de inesperado visitante!/ E na memoria do céu sólidas estrelas cravo Como cravos./Sou Góia.”
Cortesia de O Público
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