XL, o Poeta Solitário, é uma das principais figuras do Hip Hop na cidade de Leiria, contando com três registos a solo, um em parceria com o DJ Alpha, e outro como elemento do colectivo Preachers of Poetry (P.O.P), juntamente com os seus primos Preacher e Bit Killa. Anualmente faz ainda parte da organização do festival “4 Vertentes”, principal evento do Hip Hop Leiriense.
H2T – Será que podes partilhar connosco alguma informação sobre o início do movimento em Leiria?
XL - O meu primo Preacher levantou a primeira pedra do Hip Hop em Leiria em 1993, com o seu primeiro grupo chamado Killanders gravou uma faixa chamada “África Minha” para uma colectânea chamada “Nova Independência”. Em 1998, os Central Squad participaram no concurso “Projecto Vida” da Antena 3, com o José Mariño, com um tema chamado “D.R.O.G.A.”. A desagregação dos Central Squad deu origem aos actuais Código Lusitano e AfroSkuad, Steryoo associou-se ao grupo Isópanós e o Bit Killa juntou-se aos Preachers Of Poetry comigo e com o Preacher.
H2T – Nessa altura, num meio mais pequeno, não era muito fácil ter contacto com a Cultura. O que é que te fez despertar para o movimento?
XL - Foi um desafio que um vizinho meu me fez na altura. Comecei a escrever devagarinho e, quando dei por mim, já estava nas entranhas do movimento, agora já não posso voltar atrás (risos).
H2T – Poeta Solitário porquê?
XL - O Poeta Solitário é uma espécie de heterónimo, é aquele cujos poemas são interpretados do avesso, é aquele activista que vai sozinho para a luta sem esperar por ninguém.
H2T - Para além do teu percurso a solo, fazes parte da formação dos “Preachers of Poetry” juntamente com os teus primos Bit Killa e Preacher. Será que no vosso caso se pode dizer que o MCing está nos genes?
XL - Penso que sim... (risos)
H2T – O teu primeiro trabalho foi um EP com o DJ Alpha, o qual apresentaste em diversos palcos. Recordas algum deles com particular nostalgia?
XL - Recordo os palcos de Pombal, Gaia e Viseu, na tour Hip Hop Stars 2005. Actuar e conviver com os maiores nomes do Hip Hop tuga e francês deu-me a responsabilidade de escrever melhor e de me apresentar o mais profissional possível. Foi algo que me enriqueceu no meu percurso. Tenho pena de ter deixado para trás a minha participação nos dois temas que se fizeram para o “Portugal Em Chamas”, mas eu não estava disponível na altura.
H2T – A tua ligação ao Último Piso foi uma coisa temporária?
XL - O Dréz tinha se mostrado disponível para um projecto comigo, que por motivos pessoais da parte dele não chegou a ver a luz do dia, mas mantemos a amizade e o respeito.
H2T – Recentemente disponibilizaste para compra um pack dos teus últimos dois álbuns: Zona Cêntrico (2010) e Sem Preconceitos (2008). O que te fez tomar essa decisão?
XL - São os meus últimos trabalhos, anexei-os num pack porque sinto que os discos se completam.
H2T - Na faixa “Edição de Rua”, do álbum “Zona Cêntrico” afirmas que “ninguém compra rap interventivo”. Achas que o objectivo primordial do Hip Hop se está a perder?
XL - Haverá sempre o verdadeiro movimento e a outra face que não representa a sério. O objectivo primordial do Hip Hop nunca se vai perder, mas infelizmente também se faz Hip Hop absurdo. Dou mais valor a uma letra desenvolvida, pensada e repensada do que a uma letra fútil, vazia… Infelizmente a maioria das pessoas contentam-se com letras com pouco conteúdo.
H2T – Na introdução de “É Sempre Tarde Demais” declaras que o movimento cresce de dia para dia na tua cidade e no resto da Zona Centro. Quais os nomes do Hip Hop Leiriense que destacas actualmente em cada uma das quatro vertentes?
XL - A nível de MCs: Código Lusitano, AfroSkuad, Preacher, Bit Killa, Friman, Dinin, Cirudja, Dark, MDS, Browils, Mind, Dude, Barros, Xtigas, Happy, Snipez, Garras, LC, Rato, d0b, Dem P, DNT, MIC D, Proz, Rimer, Isópanós, e tens muita coisa em Pombal, Caldas, Coimbra, Aveiro e Marinha Grande, nomes como SBT2, Markez 236, Urbisom, CDR Family, Strata G, Slyser, etc... A nível de DJ e beatmaking, o Kooltuga, DJs Leat, Sasi, Sweat, etc. A nível de breakdance: Visão Perfeita, Popy, Brigada 39, 4Roots, etc. A nível de Graffiti: 2 Clowns, Toups, Corvos... Há muita oferta!
H2T – Fazes parte da organização do festival “4 Vertentes”, principal festival de Hip Hop em Leiria. Em que é que consiste habitualmente esse festival?
XL - Aproximar pessoas da nossa cultura e aproximar pessoas que praticam as 4 Vertentes da Cultura Hip Hop. Este encontro dá a conhecer os artistas da Zona Centro e de outros pontos do país e esclarece as massas sobre qual é a verdadeira mensagem e utilidade do Hip Hop.
H2T – Reparei que na 3ª edição houve algum espaço para o beatbox. Sendo assim, será que não seria mais justo dar ao festival o nome “5 Vertentes”?
XL - Isso é uma pergunta para pioneiros do Hip Hop como Afrika Bambaataa ou KRS-One no Temple Of Hip Hop. Eu sempre ouvi dizer que eram 4 (risos).
H2T - Já existem planos para uma 4ª edição do festival? Será que podes adiantar alguma data?
XL - Sim, o nosso encontro está online em myspace.com/4vertentes. Este ano será no dia 29 de Julho no Mercado de Sant'Ana em Leiria ás 21h30 e a entrada é livre.
H2T – O que é que achas que falta à Zona Centro para destronar o Algarve, o Minho ou o Alentejo, na corrida pela 3ª posição do campeonato do Hip Hop nacional?
XL – Posso-te dizer que a Zona Centro não quer destronar ninguém porque temos o nosso lugar e as nossas oportunidades, nós fazemos e sempre fizemos parte do Hip Hop nacional. Tenho amigos em todos os pontos do país e nos países da lusofonia (Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Macau, São Tomé e Príncipe e Timor) que também fazem Hip Hop tuga.
Muito obrigado ao H2T por se dedicar ao Hip Hop e por me dar a oportunidade de partilhar a minha história.
Cortesia de H2T
H2T – Será que podes partilhar connosco alguma informação sobre o início do movimento em Leiria?
XL - O meu primo Preacher levantou a primeira pedra do Hip Hop em Leiria em 1993, com o seu primeiro grupo chamado Killanders gravou uma faixa chamada “África Minha” para uma colectânea chamada “Nova Independência”. Em 1998, os Central Squad participaram no concurso “Projecto Vida” da Antena 3, com o José Mariño, com um tema chamado “D.R.O.G.A.”. A desagregação dos Central Squad deu origem aos actuais Código Lusitano e AfroSkuad, Steryoo associou-se ao grupo Isópanós e o Bit Killa juntou-se aos Preachers Of Poetry comigo e com o Preacher.
H2T – Nessa altura, num meio mais pequeno, não era muito fácil ter contacto com a Cultura. O que é que te fez despertar para o movimento?
XL - Foi um desafio que um vizinho meu me fez na altura. Comecei a escrever devagarinho e, quando dei por mim, já estava nas entranhas do movimento, agora já não posso voltar atrás (risos).
H2T – Poeta Solitário porquê?
XL - O Poeta Solitário é uma espécie de heterónimo, é aquele cujos poemas são interpretados do avesso, é aquele activista que vai sozinho para a luta sem esperar por ninguém.
H2T - Para além do teu percurso a solo, fazes parte da formação dos “Preachers of Poetry” juntamente com os teus primos Bit Killa e Preacher. Será que no vosso caso se pode dizer que o MCing está nos genes?
XL - Penso que sim... (risos)
H2T – O teu primeiro trabalho foi um EP com o DJ Alpha, o qual apresentaste em diversos palcos. Recordas algum deles com particular nostalgia?
XL - Recordo os palcos de Pombal, Gaia e Viseu, na tour Hip Hop Stars 2005. Actuar e conviver com os maiores nomes do Hip Hop tuga e francês deu-me a responsabilidade de escrever melhor e de me apresentar o mais profissional possível. Foi algo que me enriqueceu no meu percurso. Tenho pena de ter deixado para trás a minha participação nos dois temas que se fizeram para o “Portugal Em Chamas”, mas eu não estava disponível na altura.
H2T – A tua ligação ao Último Piso foi uma coisa temporária?
XL - O Dréz tinha se mostrado disponível para um projecto comigo, que por motivos pessoais da parte dele não chegou a ver a luz do dia, mas mantemos a amizade e o respeito.
H2T – Recentemente disponibilizaste para compra um pack dos teus últimos dois álbuns: Zona Cêntrico (2010) e Sem Preconceitos (2008). O que te fez tomar essa decisão?
XL - São os meus últimos trabalhos, anexei-os num pack porque sinto que os discos se completam.
H2T - Na faixa “Edição de Rua”, do álbum “Zona Cêntrico” afirmas que “ninguém compra rap interventivo”. Achas que o objectivo primordial do Hip Hop se está a perder?
XL - Haverá sempre o verdadeiro movimento e a outra face que não representa a sério. O objectivo primordial do Hip Hop nunca se vai perder, mas infelizmente também se faz Hip Hop absurdo. Dou mais valor a uma letra desenvolvida, pensada e repensada do que a uma letra fútil, vazia… Infelizmente a maioria das pessoas contentam-se com letras com pouco conteúdo.
H2T – Na introdução de “É Sempre Tarde Demais” declaras que o movimento cresce de dia para dia na tua cidade e no resto da Zona Centro. Quais os nomes do Hip Hop Leiriense que destacas actualmente em cada uma das quatro vertentes?
XL - A nível de MCs: Código Lusitano, AfroSkuad, Preacher, Bit Killa, Friman, Dinin, Cirudja, Dark, MDS, Browils, Mind, Dude, Barros, Xtigas, Happy, Snipez, Garras, LC, Rato, d0b, Dem P, DNT, MIC D, Proz, Rimer, Isópanós, e tens muita coisa em Pombal, Caldas, Coimbra, Aveiro e Marinha Grande, nomes como SBT2, Markez 236, Urbisom, CDR Family, Strata G, Slyser, etc... A nível de DJ e beatmaking, o Kooltuga, DJs Leat, Sasi, Sweat, etc. A nível de breakdance: Visão Perfeita, Popy, Brigada 39, 4Roots, etc. A nível de Graffiti: 2 Clowns, Toups, Corvos... Há muita oferta!
H2T – Fazes parte da organização do festival “4 Vertentes”, principal festival de Hip Hop em Leiria. Em que é que consiste habitualmente esse festival?
XL - Aproximar pessoas da nossa cultura e aproximar pessoas que praticam as 4 Vertentes da Cultura Hip Hop. Este encontro dá a conhecer os artistas da Zona Centro e de outros pontos do país e esclarece as massas sobre qual é a verdadeira mensagem e utilidade do Hip Hop.
H2T – Reparei que na 3ª edição houve algum espaço para o beatbox. Sendo assim, será que não seria mais justo dar ao festival o nome “5 Vertentes”?
XL - Isso é uma pergunta para pioneiros do Hip Hop como Afrika Bambaataa ou KRS-One no Temple Of Hip Hop. Eu sempre ouvi dizer que eram 4 (risos).
H2T - Já existem planos para uma 4ª edição do festival? Será que podes adiantar alguma data?
XL - Sim, o nosso encontro está online em myspace.com/4vertentes. Este ano será no dia 29 de Julho no Mercado de Sant'Ana em Leiria ás 21h30 e a entrada é livre.
H2T – O que é que achas que falta à Zona Centro para destronar o Algarve, o Minho ou o Alentejo, na corrida pela 3ª posição do campeonato do Hip Hop nacional?
XL – Posso-te dizer que a Zona Centro não quer destronar ninguém porque temos o nosso lugar e as nossas oportunidades, nós fazemos e sempre fizemos parte do Hip Hop nacional. Tenho amigos em todos os pontos do país e nos países da lusofonia (Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Macau, São Tomé e Príncipe e Timor) que também fazem Hip Hop tuga.
Muito obrigado ao H2T por se dedicar ao Hip Hop e por me dar a oportunidade de partilhar a minha história.
Cortesia de H2T
Sem comentários:
Enviar um comentário