No centenário do nascimento dos dois escritores, a mostra bibliográfica pretende situar a obra de ambos no contexto histórico em que a corrente neo-realista configurou um ciclo de pertinência (1937-1959) de uma opção realista na literatura e na arte, não obstante as soluções de mediação estética diversas. Ora, justamente, o autor de Glória, uma Aldeia do Ribatejo e do romance Gaibéus, com forte influência etnográfica inicial, surge na linha de um realismo documental que forma dicotomia com o autor dos poemas de Rosa dos Ventos ou dos contos de Aldeia Nova, cujo realismo é marcadamente lírico.
Alves Redol (1911-1969) e Manuel da Fonseca (1911-1991) iriam posteriormente evoluir: o primeiro para a sua obra clássica, abandonada a tendência para a recolha de campo, a partir do romance A Barca dos Sete Lemes, em 1958, a Muro Branco, de 1966; o segundo, abandonada a tematização alentejana, deu lugar aos temas citadinos de Um Anjo no Trapézio, de 1968, ou de Tempo de Solidão, em 1969.
O cabeçalho do artigo mostra-nos os dois autores, em fotografia (pormenor) de cerca de 1940, da Col. de António da Mota Redol.
Patente até 2 de Julho, na Sala de Referência da Biblioteca Nacional. Entrada livre.
Cortesia de BN
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