Le Hareng Saur
Era um grande muro branco - nu, nu, nu,
Posta no muro uma escada - alta, alta, alta,
No chão, um arenque fumado - seco, seco, seco.
Ele chega, trazendo nas mãos - porcas, porcas, porcas,
Um martelo pesado, um prego - bicudo, bicudo, bicudo,
Um novelo de fio - grosso, grosso, grosso.
Subindo então à escada - alta, alta, alta,
Espeta o prego bicudo - toque, toque, toque,
Ao alto do muro branco - nu, nu, nu.
Deixa fugir o martelo - que cai, que cai, que cai,
ao prego amarra a corda - longa, longa, longa,
E à ponta o arenque fumado - seco, seco, seco.
Volta a descer a escada - alta, alta, alta,
Leva-a, e ao martelo - pesado, pesado, pesado,
E lá se afasta para - longe, longe, longe.
Então o arenque fumado - seco, seco, seco,
Na ponta da corda - longa, longa, longa,
Balança devagarinho - sempre, sempre, sempre.
E eu inventei esta história - banal, banal, banal,
Para enfurecer as pessoas - graves, graves, graves,
E divertir as criancinhas - pequenas, pequenas, pequenas.
Réponse
Ce que je te suis te donne du doute ?
Ma vie est à toi, si tu la veux, toute.
Et loin que je sois maître de tes voeux,
C'est toi qui conduis mon rêve où tu veux
Avec la beauté du ciel, en toi vibre
Un rhythme fatal ; car mon âme libre
Passe de la joie aux âpres soucis
Selon que le veut l'arc de tes sourcils.
Que j'aye ton coeur ou que tu me l'ôtes,
Je te bénirai dans des rimes hautes,
Je me souviendrai qu'un jour je te plus
Et que je n'ai rien à vouloir de plus.
Moi, je vis la vie à côté
Moi, je vis la vie à côté,
Pleurant alors que c'est la fête.
Les gens disent : Comme il est bête!
En somme, je suis mal coté.
J'allume du feu dans l'été,
Dans l'usine je suis poète ;
Pour les pitres je fais la quête.
Qu'importe ! J'aime la beauté.
Beauté des pays et des femmes,
Beauté des vers, beauté des flammes,
Beauté du bien, beauté du mal.
J'ai trop étudié les choses ;
Le temps marche d'un pas normal;
Des roses, des roses, des roses !
PEQUENA BIOGRAFIA
Charles Cros, poeta e cientista francês, nasceu em Fabrezan no dia 1 de Outubro de 1842. Poeta de um humor e de uma ironia incomparáveis, foi também um inventor de méritos reconhecidos. Desenvolveu alguns métodos de fotografia, aperfeiçoou a tecnologia telegráfica e esteve perto de ficar para a história como o inventor do fonógrafo. Cros faleceu em Paris, no ano de 1888, onde levou uma vida de boémia relacionando-se com outros poetas como, por exemplo, Verlaine. Publicou os seus primeiros poemas em 1869 na revista L'Artiste. Foi, entre outras coisas, redactor e editor de La Revue du monde nouveau. À altura da sua morte, grande parte da sua obra estada inédita. Só mais tarde, Robert Desnos e Aragon lhe renderam homenagem. Assim como Breton, que o incluiu na sua Antologia do Humor Negro.
Cortesia de Um Buraco na Sombra
Sem comentários:
Enviar um comentário