«A poesia de António Osório – e nela incluo, por assim dizer, todos os seus livros, mesmo os que, aparentemente, são de prosa — é sempre em verso livre (quando leio obras como a «Libertação da Peste» — livro notável — ou «Crónica da Fortuna», o meu ouvido «diz-me» que estou a ler versículos, como quando leio «A Raiz Afectuosa» ou «A Ignorância da Morte»)
Do já citado livro de C.S. Lewis, recolho uma observação pertinente e que me parece ser digna de ser tomada em conta pelos leitores da obra de António Osório, que agora se publica «completa». Diz Lewis ser «possível que aos jovens de hoje se tenha deparado demasiado cedo o verso livre. Quando este é veículo de verdadeira poesia, os seus efeitos auditivos são de extrema subtileza e, para uma verdadeira apreciação, exigem um ouvido longamente familiarizado com a poesia metrificada. Aqueles que acreditam poder apreciar verso livre sem experiência de métrica estão, creio eu, a enganar-se a si próprios, tentando correr antes de saberem andar. Mas na corrida literal as quedas magoam e o aspirante a corredor logo descobre o seu erro.» Um dos grandes prazeres que podemos deduzir da leitura dos livros do autor de «Décima Aurora» vem de podermos ir ajustando, com cuidado e alguma teimosia, o nosso ouvido à música subtilíssima que se esconde na só aparente «liberdade» que os versos sugerem», escreve Eugénio Lisboa, um dos apresentadores de «A Luz Fraterna - Poesia reunida» no próximo dia 16 de Outubro, juntamente com Guilherme de Oliveira Martins, Fernando J.B. Martinho e José Manuel de Vasconcelos.
Cortesia de Diário Digital
Do já citado livro de C.S. Lewis, recolho uma observação pertinente e que me parece ser digna de ser tomada em conta pelos leitores da obra de António Osório, que agora se publica «completa». Diz Lewis ser «possível que aos jovens de hoje se tenha deparado demasiado cedo o verso livre. Quando este é veículo de verdadeira poesia, os seus efeitos auditivos são de extrema subtileza e, para uma verdadeira apreciação, exigem um ouvido longamente familiarizado com a poesia metrificada. Aqueles que acreditam poder apreciar verso livre sem experiência de métrica estão, creio eu, a enganar-se a si próprios, tentando correr antes de saberem andar. Mas na corrida literal as quedas magoam e o aspirante a corredor logo descobre o seu erro.» Um dos grandes prazeres que podemos deduzir da leitura dos livros do autor de «Décima Aurora» vem de podermos ir ajustando, com cuidado e alguma teimosia, o nosso ouvido à música subtilíssima que se esconde na só aparente «liberdade» que os versos sugerem», escreve Eugénio Lisboa, um dos apresentadores de «A Luz Fraterna - Poesia reunida» no próximo dia 16 de Outubro, juntamente com Guilherme de Oliveira Martins, Fernando J.B. Martinho e José Manuel de Vasconcelos.
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