TEXTO Nº 01
De manhã, saiu de casa sabendo que não havia sequer um pouco de feijão para a mulher e os filhos. Sem trabalho, vivia de “bico”. Sem a mulher saber, comprava livros, considerados seu tesouro. Parou, pensou e voltou a casa. Tomou uma decisão e levou numa sacola, parte do seu tesouro. Foi escolher um local para distribuir seu tesouro. Apareceram pessoas interessadas em adquiri-lo. Quando apanhavam um volume e perguntavam o preço, ele falava: esse não, ainda não concluí a leitura. Venda: zero. No regresso, lembrou de um terno ainda em bom estado que serviria em caso de morte. Dispôs os livros num caixote. Era só tristeza...
TEXTO Nº 02
De manhã, saiu de casa sabendo que não havia sequer um pouco de feijão para a mulher e os filhos. Sem trabalho, vivia de “bico”. Sem a mulher saber, comprava livros, considerados seu tesouro. Parou, pensou e voltou a casa. Tomou uma decisão e levou numa sacola, parte do seu tesouro. Foi escolher um local para distribuir seu tesouro. Apareceram pessoas interessadas em adquiri-lo. Quando apanhavam um volume e perguntavam o preço, ele falava: esse não, ainda não concluí a leitura. Venda: zero. No regresso, lembrou de um terno ainda em bom estado que serviria em caso de morte. Dispôs os livros num caixote. Era só tristeza...
TEXTO Nº 02
Ela falava sempre que gostava de solidão. Contando com os pais, irmãos e demais familiares, arranjava uma maneira de ficar sozinha. Lia, ouvia música, via o tempo passar. Fazia isso enquanto havia movimento na casa, pessoas ao seu redor. O tempo, em silêncio, instalou a ausência de todos. Sua vida se transformou num desviver – e a solidão numa saudade só.
TEXTO Nº 03
Da infância, lembrava de pequenos acontecimentos. Não saiu da memória os dias passados com os avós, no sítio. Muitos primos, banho de rio, passeio a cavalo, moenda, farinhada. A noite, os empregados contavam estórias de almas penadas, reinos encantado e assombração. Quando ia dormir, batia a saudade de casa. Amava andar em carro de boi. Quando chegava e abraçava a mãe e o pai, falava sem parar. O tempo passou e já adulta não sabia que carreira seguir. Queria ser pianista, desaprovação geral. Tentou vários caminhos.
Textos de Anna Maria Ubarana, escritora Brasileira, natural de Rio Grande do Sul.
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