O escritor, poeta, cineasta, artista plástico, ensaísta e antropólogo Ruy Duarte Carvalho faleceu na sua casa na cidade de Swakopmund, na Namíbia, aos 69 anos.
Desde que se reformara, o escritor passou a residir em Swakopmund, a segunda maior cidade da Namíbia, e foi ali que hoje foi encontrado já sem vida. Não são ainda conhecidas as causas da sua morte. De acordo com o filho do escritor, Ruy Duarte de Carvalho não dava notícias há alguns dias.
Nascido em Portugal, naturalizou-se angolano em 1983 por motivos que, como explica no catálogo do ciclo que o Centro Cultural de Belém lhe dedicou em 2008, se prendem com o sentimento, de que teve consciência aos 12 anos, depois de a sua família ter emigrado para Moçâmedes (Angola), de que tinha ali a sua "matriz geográfica". Em 1989 recebeu o Prémio Nacional de Literatura e o seu "Desmedida Luanda, São Paulo, São Francisco e Volta, Crónicas do Brasil" (Livros Cotovia), recebeu o Prémio Literário Casino da Póvoa, atribuído no âmbito do encontro Correntes d'Escritas na Póvoa de Varzim, em 2008.
A sua formação passou pela Escola de Regentes Agrícolas de Santarém, pelo curso de realização de cinema e televisão em Londres (realizou filmes para a TV angolana e para o Instituto do Cinema de Angola) e pelo doutoramento pela École de Hautes Études en Sciences Sociales de Paris com uma tese dedicada aos pescadores da costa de Luanda, com o título "Ana a Manda" (1989). Filmou a noite da independência de Angola (10/11 de 1975), quando estava a rodar no município do Prenda, "a bandeira portuguesa a ser arreada e a de Angola a ser hasteada", como se lê no catálogo do ciclo do CCB.
Foi professor das universidades de Luanda, Coimbra e São Paulo, além de ter sido professor convidado da Universidade de Berkeley, na Califórnia, e realizou dos filmes "Nelisita: narrativas nyaneka" (1982) e "Moia: o recado das ilhas" (1989).
É autor de "Vou lá visitar pastores" (1999), da poesia de "Chão de Oferta" (1972) ou "A Decisão da Idade" (1976) - a sua poesia está reunida em "Lavra" (2005). Assinou ainda os diferentes estilos de "A Câmara, a Escrita e a Coisa Dita... Fitas, Textos e Palestras" (2008), "Actas da Maianga" (2003), "Os Papéis do Inglês", "As Paisagens Propícias" (2005) e descrevia a sua obra como "meia-ficção-erudito-poéticoviajeira".
Em 2008, Rui Guilherme Lopes adaptou a obra "Vou lá visitar pastores" (1988), sobre os Kuvale, uma sociedade pastoril do sudoeste de Angola, encenada e interpretada por Manuel Wiborg e que esteve em cena noTeatro A Barraca, na Culturgest, no FITEI (Porto), no Festival de Almada e no Festival de Agosto em Maputo, Moçambique.
Cortesia de O Público
Desde que se reformara, o escritor passou a residir em Swakopmund, a segunda maior cidade da Namíbia, e foi ali que hoje foi encontrado já sem vida. Não são ainda conhecidas as causas da sua morte. De acordo com o filho do escritor, Ruy Duarte de Carvalho não dava notícias há alguns dias.
Nascido em Portugal, naturalizou-se angolano em 1983 por motivos que, como explica no catálogo do ciclo que o Centro Cultural de Belém lhe dedicou em 2008, se prendem com o sentimento, de que teve consciência aos 12 anos, depois de a sua família ter emigrado para Moçâmedes (Angola), de que tinha ali a sua "matriz geográfica". Em 1989 recebeu o Prémio Nacional de Literatura e o seu "Desmedida Luanda, São Paulo, São Francisco e Volta, Crónicas do Brasil" (Livros Cotovia), recebeu o Prémio Literário Casino da Póvoa, atribuído no âmbito do encontro Correntes d'Escritas na Póvoa de Varzim, em 2008.
A sua formação passou pela Escola de Regentes Agrícolas de Santarém, pelo curso de realização de cinema e televisão em Londres (realizou filmes para a TV angolana e para o Instituto do Cinema de Angola) e pelo doutoramento pela École de Hautes Études en Sciences Sociales de Paris com uma tese dedicada aos pescadores da costa de Luanda, com o título "Ana a Manda" (1989). Filmou a noite da independência de Angola (10/11 de 1975), quando estava a rodar no município do Prenda, "a bandeira portuguesa a ser arreada e a de Angola a ser hasteada", como se lê no catálogo do ciclo do CCB.
Foi professor das universidades de Luanda, Coimbra e São Paulo, além de ter sido professor convidado da Universidade de Berkeley, na Califórnia, e realizou dos filmes "Nelisita: narrativas nyaneka" (1982) e "Moia: o recado das ilhas" (1989).
É autor de "Vou lá visitar pastores" (1999), da poesia de "Chão de Oferta" (1972) ou "A Decisão da Idade" (1976) - a sua poesia está reunida em "Lavra" (2005). Assinou ainda os diferentes estilos de "A Câmara, a Escrita e a Coisa Dita... Fitas, Textos e Palestras" (2008), "Actas da Maianga" (2003), "Os Papéis do Inglês", "As Paisagens Propícias" (2005) e descrevia a sua obra como "meia-ficção-erudito-poéticoviajeira".
Em 2008, Rui Guilherme Lopes adaptou a obra "Vou lá visitar pastores" (1988), sobre os Kuvale, uma sociedade pastoril do sudoeste de Angola, encenada e interpretada por Manuel Wiborg e que esteve em cena noTeatro A Barraca, na Culturgest, no FITEI (Porto), no Festival de Almada e no Festival de Agosto em Maputo, Moçambique.
Cortesia de O Público
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