O poeta, dramaturgo e tradutor checo Ludvik Kundera faleceu esta terça-feira aos 90 anos, anunciou a televisão pública da República Checa, a CT. O primo do romancista Milan Kundera era um membro do movimento de vanguarda literária checa, nomeadamente na poesia surrealista que assinava.
A vida de Ludvik Kundera foi marcada pela proibição da publicação das suas obras pelo regime comunista que vigorou no país entre 1948 e 1989. Publicava a maioria das suas obras sob pseudónimo ou então através de um sistema clandestino de circulação de obras dos dissidentes checos de mão em mão, conhecido pela palavra russa "samizdat".
O poeta, nascido a 22 de Março de 1920 na localidade de Brno, no leste da República Checa, Ludvik Kundera fundou, depois da II Guerra Mundial (durante a qual foi internado num campo de trabalhos forçados em Berlim, onde esteve dois anos e adoeceu com gravidade), com outros colegas o grupo pós-surrealista Ra, acompanhado pela revista "Blok". Foi em 1946 que assinou a sua primeira colectânea de poemas, "Konstantina", dois anos antes de o regime comunista que entretanto tomou o poder ter decretado que estes movimentos de vanguarda a que o escritor pertencia deveriam promover apenas a doutrina artística do "realismo socialista", como recorda a agência AFP.
Kundera escreveu teatro, um libreto de ópera, guiões para televisão e traduções de poesia alemã, tudo sob pseudónimo. Entre elas figuram as obras do poeta e escultor alemão dadaísta e surrealista Hans Arp, que conheceu em Paris no pós-II Guerra. À Rádio Checa, Kundera disse sobre os tempos de censura do regime: "Não era fácil para poetas, artistas ou gente comum que estivesse do lado errado do regime, especialmente se se tinha filhos. Eles tomavam as nossas mulheres, filhos, parentes como alvos". Na mesma entrevista de 2009, Kundera frisa que "as pessoas eram desgastadas pelo regime" pela violência psicológica, pelo medo e pelo controlo.
Depois da revolução de veludo em 1989, Ludvik Kundera começou a publicar em nome próprio pela editora Atlantis, sediada na sua terra natal, e leccionou no ensino universitário, acrescenta a Rádio Checa.
O poeta checo recebeu em 2009 o Prémio carreira Jaroslav Seiffert e em 2007 a Ordem Nacional de Mérito da República Checa.
Cortesia de O Público
A vida de Ludvik Kundera foi marcada pela proibição da publicação das suas obras pelo regime comunista que vigorou no país entre 1948 e 1989. Publicava a maioria das suas obras sob pseudónimo ou então através de um sistema clandestino de circulação de obras dos dissidentes checos de mão em mão, conhecido pela palavra russa "samizdat".
O poeta, nascido a 22 de Março de 1920 na localidade de Brno, no leste da República Checa, Ludvik Kundera fundou, depois da II Guerra Mundial (durante a qual foi internado num campo de trabalhos forçados em Berlim, onde esteve dois anos e adoeceu com gravidade), com outros colegas o grupo pós-surrealista Ra, acompanhado pela revista "Blok". Foi em 1946 que assinou a sua primeira colectânea de poemas, "Konstantina", dois anos antes de o regime comunista que entretanto tomou o poder ter decretado que estes movimentos de vanguarda a que o escritor pertencia deveriam promover apenas a doutrina artística do "realismo socialista", como recorda a agência AFP.
Kundera escreveu teatro, um libreto de ópera, guiões para televisão e traduções de poesia alemã, tudo sob pseudónimo. Entre elas figuram as obras do poeta e escultor alemão dadaísta e surrealista Hans Arp, que conheceu em Paris no pós-II Guerra. À Rádio Checa, Kundera disse sobre os tempos de censura do regime: "Não era fácil para poetas, artistas ou gente comum que estivesse do lado errado do regime, especialmente se se tinha filhos. Eles tomavam as nossas mulheres, filhos, parentes como alvos". Na mesma entrevista de 2009, Kundera frisa que "as pessoas eram desgastadas pelo regime" pela violência psicológica, pelo medo e pelo controlo.
Depois da revolução de veludo em 1989, Ludvik Kundera começou a publicar em nome próprio pela editora Atlantis, sediada na sua terra natal, e leccionou no ensino universitário, acrescenta a Rádio Checa.
O poeta checo recebeu em 2009 o Prémio carreira Jaroslav Seiffert e em 2007 a Ordem Nacional de Mérito da República Checa.
Cortesia de O Público
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