O Instituto Camões (IC) vai presidir, a partir de junho próximo e durante um ano, à rede EUNIC – a European Union National Institutes for Culture (Institutos Nacionais da União Europeia para a Cultura), que agrega de modo relativamente informal, desde 2006, as agências de difusão cultural dos estados da União Europeia em núcleos (clusters) presentes noutros países, sejam eles da UE ou não, o mais recente dos quais foi criado em dezembro em Moçambique.
A assunção da presidência da EUNIC por parte de Portugal, que atualmente ocupa aí a primeira vice-presidência, «gera muitas expectativas, porque vai corresponder a um momento de autonomização» daquela instituição, segundo revelou a Presidente do IC, Ana Paula Laborinho, no seminário sobre ação cultural externa.
«Até agora a EUNIC era essencialmente um projeto suportado pelo British Council e pelo Goethe Institut. A partir da nossa presidência tornar-se-á um projeto coletivo com a participação financeira de todos os países, de todas as instituições europeias que a integram», acrescentou Ana Paula Laborinho. É um projeto que vai ter um escritório em Bruxelas e desenvolver um trabalho de acompanhamento e de lobbying junto da Comissão Europeia, acrescentou.
Esta mudança na EUNIC, que agrega 30 institutos de 26 países, surge numa altura em que a União Europeia começa a discutir uma política externa cultural. Ana Paula Laborinho explicou que na mais recente reunião da EUNIC, realizada em Bruxelas a 8 de dezembro, esteve presente o diretor-geral da Cultura e Educação da Comissão Europeia, Jan Truszczyński, que referiu «a necessidade de começar a articular a EUNIC com os propósitos da ação cultural externa da Europa». «É alguma coisa que começa a ser discutida, mas é uma coisa que também vai passar pela EUNIC», considerou a Presidente do IC.
«As expetativas que existem em relação a Portugal é que possamos, com a nossa proximidade com algumas das grandes áreas regionais emergentes, reforçar e até lançar clusters EUNIC nesses países. Estou a referir-me aos [países] BRIC [Brasil, Rússia, Índia e China], com especial relevo para a Índia, China e Brasil, mas o mesmo objetivo existe também em relação aos países africanos», frisou Ana Paula Laborinho que apelou ao empenho nas estruturas da EUNIC dos responsáveis pela ação cultural externa junto das embaixadas e centros culturais.
Cortesia de IC
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