Que o tempo amortalhado divulgue pela boca
De esgoto sepulcral bab em lama e rubis
Abominavelmente um qualquer Anubis
Deus de focinho em chama como um uivo feroz
Ou que o gás tão recente a mecha turva torça
A apagar é sabido os opróbrios sofridos
Ele acende brutal um púbis sempre vivo
Cujo voo ao revérbero do seu leito se evola
Que folhagem tão seca nas cidades sem noite
Ausente irá benzer como ela a sentar-se
Contra o mármore em vão de Charles Baudelaire
Ausente e a tremer sob o véu que a recobre
A sua própria Sombra veneno tutelar
A respirar sem fim se dela formos mortos.
Stéphane Mallarmé
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