Aleksandr Sergeyevich Pushkin (6 de Junho - 26 de Maio no calendário russo - 1799 a 10 de Fevereiro - 29 de Janeiro - 1837) foi um autor romântico considerado o maior poeta do país e o fundador da literatura russa moderna. Pushkin ampliou até os limites o uso do vernáculo nos seus poemas e peças, criando um estilo narrativo - que mistura drama, romance e sátira - associado com a própria literatura russa desde então e influenciando decisivamente todos os escritores que lhe sucederam.
O pai de Pushkin vinha de uma família eminente da nobreza russa cuja linhagem remontava ao século doze, enquanto o avô de sua mãe foi Abram Petrovich Gannibal, um eritreu raptado e vendido escravo quando criança durante o domínio turco de seu país. Uma tese menos popular, contudo, aponta que Gannibal poderia ser procedente de um sultanato antigo nos arredores do actual Chad. O facto é que o jovem Gannibal foi trazido à Rússia e tornou-se um grande líder militar, engenheiro e nobre sob os auspícios do seu pai adoptivo e protector, Pedro, o Grande.
Nascido em Moscovo, Pushkin publicou seu primeiro poema com quinze anos de idade. Quando se graduou na primeira turma do conceituado Liceu Imperial em Tsarskoe Selo, nos arredores de São Petersburgo, já era conhecido e admirado na cena literária russa. Depois de concluir os estudos, Pushkin partiu para a efervescência de São Petersburgo. Em 1820, publicou o seu primeiro poema longo, Ruslan e Ludmila, gerando grande controvérsia sobre o assunto e estilo de sua literatura.
Pushkin gradualmente foi aderindo à causa das reformas sociais e, por fim, emergiu como um orador dos literatos mais radicais. Isto irritou o governo e redundou em seu banimento da capital. Pushkin refugiou-se em Kichinev em 1820, onde se tornou maçon. Também ingressou na Filiki Eteria, uma organização secreta cujo objetivo era liberar a Grécia do jugo otomano e estabelecer um estado grego independente. Foi inspirado pela Revolução Grega e quando a guerra contra os turcos otomanos estourou, ele manteve um diário detalhando os eventos da grande revolta nacional. Ficou em Kichinev até 1823 e - depois de uma viagem de Verão ao Cáucaso e a Criméia - escreveu dois poemas românticos que lhe granjearam largo reconhecimento: o Prisoneiro do Cáucaso e a Fonte de Bakhchisaray. Em 1823 Puchkin mudou-se para Odessa, onde novamente entrou em conflito com o governo e foi condenado à prisão domiciliar na propriedade rural de sua mãe, no norte da Rússia, de 1824 a 1826. Mesmo assim, as autoridades permitiram que ele visitasse o Czar Nicolau I para pedir por seu indulto ou o libertação da prisão, o que obteve. Mas a sua sorte não duraria por muito tempo: Apanhados com poemas de Pushkin, alguns rebeldes da Revolta de Dezembro, acabaram complicando a vida do poeta. A sua obra foi proibida e seus movimentos passaram a ser estritamente controlados pelo estado, numa espécie de prisão domiciliar ampliada. Proibido de viajar livremente ou de publicar o seu trabalho, Pushkin só ganharia permissão para a execução de sua peça mais famosa, o drama Boris Godunov, escrito na temporada na fazenda de sua mãe, cinco anos depois.
Em 1831 conheceu Nicolau Gogol, que se tornaria seu bom amigo e parceiro. Pushkin sofreria bastante influência da prosa bem-humorada de Gogol. Depois de ler o livro de contos Tardes em uma Fazenda perto de Dikanka, Pushkin o aclamaria e, em 1836, ao lançar a revista O Contemporâneo, publicaria nesta alguns dos contos mais famosos de Gogol. Tempos depois, Pushkin e a mulher Natália Goncharova, com quem se casara em 1831, tornaram-se habitués da vida na Corte. Quando o Czar concedeu ao poeta um título honorífico - o mais simples dos títulos na época - o poeta ficou enfurecido: Pressentira que isto ocorrera apenas para que sua Natália, que vivia cercada de admiradores - inclusive o próprio Czar - pudesse frequentar livremente os bailes da corte. E era também um modo subtil e elegante de humilhá-lo publicamente. Em 1837, em meio a rumores cada vez maiores de que sua mulher tinha um caso com outro homem, Pushkin desafiou o suposto amante, Georges d'Anthès, a um duelo que resultou em ambos os homens feridos, sendo que Pushkin, mortalmente. Morreu dois dias depois.
O governo imperial temendo uma manifestação política no seu funeral, não permitiu que este fosse realizado em São Petersburgo ou que pessoas sem laços próximos à família fossem render-lhe homenagens. O seu corpo foi velado secretamente por apenas meia noite e enterrado na propriedade de sua mãe.
Pushkin e Natália tiveram quatro filhos: Alexander, Grigori, Maria e Natália (que contrairia matrimónio a um ocupante da casa real de Nassau e se tornaria a futura Condessa de Merenberg).
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