O espólio de Camilo Pessanha dispersou-se em 1926 na sequência do seu falecimento. Sabe-se que João Manuel Pessanha, dias depois do óbito do pai, iniciou a venda dos objectos de arte chinesa que o poeta naquele ano não doara, por intermédio do governador de Macau Maia Magalhães, ao Museu Nacional de Machado de Castro. No que particularmente concerne aos seus manuscritos, a avaliar pelo depoimento de Sebastião da Costa, que visitou o poeta dois anos antes do seu falecimento e testemunhou o seu quotidiano caótico e a sua incúria, sofreram a usura do tempo e do acaso, sendo de lamentar o desaparecimento, por exemplo, da correspondência de Ana de Castro Osório, de Wenceslau de Moraes, quiçá do primeiro Presidente da República chinesa, Sun-Yat-Sen, com quem o poeta aparece em pelo menos duas fotografias, bem como aquela que se prendia com a sua actividade no seio da Maçonaria. Os poucos manuscritos que resistiram à insensibilidade de João Manuel Pessanha foram recolhidos em 1931, na sequência da sua chegada a Macau, por Danilo Barreiros. O presente núcleo documental pertenceu à família Castro Osório, que se relacionou amplamente com Camilo Pessanha, havendo inclusivamente laços familiares remotos, como é visível na correspondência mantida com João Baptista de Castro.
O presente núcleo, constituído por 189 documentos, foi adquirido, em 1979, pela Biblioteca Nacional a Pedro Falcão de Azevedo; mais tarde, integraram-no duas colecções de fotocópias que se prendem com o Caderno Poético 9 de Camilo Pessanha, surpreendentemente revelado, corria o ano de 1966, pelas vicissitudes e pelas ondas de choque da «Revolução Cultural» em Macau, no âmbito dos tumultos ali registados contra a soberania portuguesa.
Camilo Pessanha é, tal como Nicolau Tolentino, António Nobre e Cesário Verde, um escritor de livro único. Caracteriza-se a sua obra poética pela brevidade e pela depuração que a existência de múltiplas versões dos seus textos permite aferir. Os seus manuscritos autógrafos são raros por motivos que se prendem com a sua abulia, as suas fracturas, a incapacidade de se adaptar aos valores prevalecentes.
Cortesia de BN
O presente núcleo, constituído por 189 documentos, foi adquirido, em 1979, pela Biblioteca Nacional a Pedro Falcão de Azevedo; mais tarde, integraram-no duas colecções de fotocópias que se prendem com o Caderno Poético 9 de Camilo Pessanha, surpreendentemente revelado, corria o ano de 1966, pelas vicissitudes e pelas ondas de choque da «Revolução Cultural» em Macau, no âmbito dos tumultos ali registados contra a soberania portuguesa.
Camilo Pessanha é, tal como Nicolau Tolentino, António Nobre e Cesário Verde, um escritor de livro único. Caracteriza-se a sua obra poética pela brevidade e pela depuração que a existência de múltiplas versões dos seus textos permite aferir. Os seus manuscritos autógrafos são raros por motivos que se prendem com a sua abulia, as suas fracturas, a incapacidade de se adaptar aos valores prevalecentes.
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