BIO - Irene Lisboa


Irene Lisboa (n. Casal da Murzinheira, Arruda dos Vinhos, 1892; m. Lisboa, 1958), formada pela Escola Normal Primária de Lisboa, fez estudos de especialização na Bélgica, em França e na Suíça; foi professora do Ensino Infantil e depois Inspectora Orientadora desse grau de ensino, até ser afastada, primeiro para funções burocráticas, e depois definitivamente, por recusar um lugar em Braga (na prática, uma forma de exílio para uma pedagoga incómoda pelas suas ideias avançadas). Usou, entre outros de menor importância, o pseudónimo João Falco, que abandonou no início da década de quarenta. Ao longo da sua vasta obra, escreveu literatura para crianças e jovens, textos de pedagogia, crónicas e novelas centradas na descrição de quadros e personagens da vida comum, mas sempre dando passagem para o núcleo intimista e autobiográfico que unifica toda a obra, a começar pelos dois livros de poemas, de 36 e 37. Com as variações que os diferentes géneros implicam, pode dizer-se que o seu estilo é marcado pela oralidade e pela naturalidade, construídas como efeito retórico que rasura um aturado trabalho de escrita. Isto é desde logo visível nos livros para crianças e jovens, em que a oralidade, muito trabalhada, não se compadece com facilidades nem infantilismos, abordando as mais variadas temáticas de modo a que subjaz profunda informação pedagógica.

O estilo da autora de Solidão caracteriza-se por frases em geral curtas, apresentadas como fragmentos de diálogo ou de monólogo interior, ou então os textos parecem ser o registo imediatista de cenas vistas, mas a que as subtis intervenções críticas ou explicativas da voz narradora dão contornos de anotações fazendo-se ao ritmo da consciência. O próprio sistema de títulos e subtítulos dá indicações nesse sentido, ao usar termos como "apontamentos" e "notas", ou ao remeter para a matéria banal e insignificante; é o que sucede com o oxímoro o pouco e o muito, usado como título em 1956, ou com o verso de uma quadra popular que titula em 55 o livro para crianças Uma mão cheia de nada outra de coisa nenhuma. Junte-se a isto o uso do ritmo sincopado de um discurso cantabile, oralizante e próximo da corrente de consciência, em que o acto de contar é charneira entre o mundo e o eu; não lhe interessa definir exactamente o que escreve nem apresentar obra acabada, e por isso optou, primeiro, por provocatoriamente não distinguir verso e prosa ("Ao que vos parecer verso chamai verso e ao resto chamai prosa" é a abertura programática do livro de 1937), e mais tarde por publicar apenas crónica, conto ou novela – ou seja, géneros de cariz inacabado.

Nos volumes Esta cidade!, O pouco e o muito - Crónica urbana, Título qualquer serve para novelas e noveletas, Crónicas da Serra está patente a opção pelo tom e pelos géneros menores, com destaque para a crónica e para a narrativa curta, correspondendo a uma concepção muito atenta e pormenorizada do mundo, captado sobretudo pela percepção visual, aquela que melhor permite o distanciamento e o recolhimento do sujeito, revertendo o que observa e anota sobre o íntimo que progride e se ajusta. O efeito de naturalidade assim obtido constitui-se pela recusa dos traços de "composição" próprios do romance, que para Irene implica "deformação e teatralização do pequeno nó da realidade" de que parte, ao que contrapõe a intenção de apenas contar "casos que conheci, que me pus a desfiar tranquilamente" (cf. «Introdução» a Esta cidade!); nestes textos, concordes com certo verismo seu contemporâneo, pratica afinal a composição, mas não a do romance canónico: narrar "casos" ou instantâneos pressupõe selectividade, que o "desfiar tranquilamente" transforma em texto por operações de memória e agenciamento dos episódios subordinados ao regresso à intimidade do sujeito; Irene, aliás, acrescentou "Conto, exercito-me a analisar os casos e as criaturas", mostrando como, ao contar o real exterior, a narradora se exercita (tal como em certas práticas da espiritualidade), procurando as raízes e expansões do seu próprio eu.

No núcleo mais intimista tudo isto ganha maior evidência, a começar pelo hibridismo já referenciado de Um dia e outro dia – Diário de uma mulher e de Outono havias de vir...; em ambos assistimos já a uma tematização do tempo (frequentes vezes metaforizado pela água correndo e escoando-se), a uma reflexão sobre a própria escrita decorrendo da autoreflexividade e correspondendo a pausas nas actividades quotidianas da sobrevivência, e à prática de um estilo fragmentário, estruturado sobre um ritmo predominantemente curto; os poemas ordenam-se pela suspensão dos dias iguais num efeito de acumulação que, partindo do diário, o concebe de forma heterodoxa, sendo afinal o lugar de interrogação sobre a própria consciência de quem escreve. A mesma temática intimista e reflexiva é central em Solidão – Notas do punho de uma mulher, em Apontamentos e em Solidão - II, livros autobiográficos em que um sujeito mulher fala de si no vaivém entre o mundo dos outros e o eu íntimo, numa ductilidade que vai do lirismo de matriz bucólica de «Pastoral» à carta nunca enviada, às notações ou esboços de paisagens e de personagens (algumas delas desenvolvidas nos volumes de crónicas). A solidão traz como corolários o tom elegíaco, sobretudo ao tematizar a queixa e a ausência do amor, mas não impede nunca o olhar desapiedado sobre o mundo e sobre o eu, que se critica quando ocasionalmente cai na autocomplacência.

As novelas autobiográficas Começa uma vida e Voltar atrás para quê? contam os episódios fundadores da infância e da adolescência, nos quais radica este universo. À distância do tempo e da memória, eles narram a história de uma rapariguinha crescendo entre mistérios que rodeiam a sua origem, envolvendo-a na matriz disfórica de afectos desajustados: separada da mãe cerca dos três anos, vive com o pai e uma madrinha na quinta desta, estigmatizada por uma bastardia que o crescimento vem agudizar, não só pelas suas sequelas no imaginário da protagonista, mas pelas consequências práticas sobre a sua vida, vendo-se desprovida de bens materiais e sobretudo simbólicos (nunca reconhecida pelo pai e espoliada dos seus direitos por acção de gente ambiciosa e sem escrúpulos). Sendo uma história pessoal, um "caso", ela é também exemplar de um certo tempo português do começo do século XX, caracterizado pela decadência dos terratenentes e da burguesia promovida pelo dinheiro à custa do sacrifício dos mais fracos. Estas narrativas, de técnica fragmentária como todos os livros intimistas da autora, são exemplares do modo de representar uma consciência dilacerada que, mesmo por ser absolutamente moderno, é um dos factores da estranheza e do fascínio que Irene Lisboa vem causando em quem a lê.

O nome da autora de Solidão, na variedade e versatilidade de questões que aqui se apresentam sumariamente, constitui uma referência inegável para a compreensão da obra de outros escritores que podem filiar-se no seu pendor intimista e na sua atenção ao real das coisas pequenas e banais, com destaque para algumas escritoras - embora para Irene não haja uma distinção clara entre escrita feminina ou masculina (em Solidão, sumariza a questão definindo-a em termos de sensibilidade e não de distinção entre os géneros); ao mesmo tempo, o que escreveu permite, na linhagem (de que Irene está consciente) de Cesário Verde, Camilo Pessanha ou Fernando Pessoa, pensar uma tradição da literatura portuguesa que problematiza as relações entre consciência e mundo. Solidão é, nesse domínio, um marco indispensável.

Cortesia de IC

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