«Crónica do Rei-Poeta Al-Mu’tamid» de Ana Cristina Silva

A existir, a ser equacionado por um qualquer levantamento estatístico, o registo do romance histórico em Portugal nos últimos anos provavelmente denunciá-lo-ia num dos lugares cimeiros, senão mesmo no topo, entre os géneros literários mais amiúde praticados pelos autores nacionais. Entre crónicas romanceadas de rainhas pretéritas – imbuídas de espíritos benfazejos, de ideais cristãos beneméritos das artes ou pugnando, altruístas, e avant son temps, em favor e defesa dos mais desfavorecidos – e revisitações dos tempos luso-imperialistas, pré e pós-descolonização (não isentas de “emboscadas” narrativas, no que respeita à leitura e interpretação dos factos pretensamente ficcionados, propiciadas por sentimentos e memórias desfiados na primeira pessoa e por decorrência não por completo sanadas nas suas feridas), o romance histórico português, poderá afirmar-se sem receios de nos afastarmos da verdade dos factos, encontra no público português terreno sólido para cada vez mais se afirmar. É verdade, sim, que tratar-se-á de um género com alguma dificuldade em escapar às temáticas supracitadas, o que em parte, e sobretudo no que respeita ao romance histórico de vertente colonialista, chamemos-lhe assim, se ficará a dever às nunca desvalorizáveis capacidades de auto-expiação ou autopsicanálise que a escrita de um tal género romanesco comportará, sobretudo quando, durante décadas, o romance português nunca se ocupou em pleno de uma tal temática, isto se exceptuarmos alguns arremedos assinados por quem, de viva presença, fez a guerra, o mais das vezes por militares operacionais que mais do que mão para a escrita revelavam, eles sim, uma vontade de, por via das palavras, expiar os dramas vividos e na pele experimentados. Vejamos, contam-se pelos dedos os relatos com mão literária desses tempos do ódio, recordando-me, assim de repente, de um Lobo Antunes, de um Vergílio Alberto Vieira, de um João de Melo, um Carlos Vale Ferraz e poucos mais, isto não entrando pela poesia, onde também, a bem da verdade, muitos outros exemplos não pontuariam, sendo de relevar, sem dúvida, vozes como a de Manuel Alegre ou, e sobretudo, a fulgurante e algo desconhecida poesia do brilhante poeta que foi Fernando Assis Pacheco. Voltemos, porém, ao âmbito e motivo destas perorações para neste cenário situarmos e darmos conta do novo romance de Ana Cristina Pereira, tão-só porque no domínio do romance histórico escapa às compartimentações prévias, optando antes por deter-se numa outra temática.

Para recriação romanesca, Ana Cristina Pereira, neste que é o seu terceiro romance editado na Presença, reincide no registo histórico (seja lá o que isso seja, desconhecendo-se as balizas exactas a partir das quais um romance deixa de ser apenas romance para ser romance histórico…), desta feita detendo-se sobre uma personagem histórica de grande aura. Nada mais nada menos que o rei poeta e creio que também dito agricultor Al-Mu’Tamid, emir e rei que foi primeiro governador de Silves, depois senhor da taifa de Sevilha, uma vez sucedendo ao seu pai no trono, Al-Mu’Tadid. É a história semi-ficcionada da sua vida, baseada em fontes que a autora no final do livro nomeia, nomeadamente os importantes escritos biográficos de Adalberto Alves e o livro «Portugal na Espanha Árabe», de António Borges Coelho, que aqui nos é dada a ler. Com conta e medida, desde já se retenha. Porque não se espraiando em demasia na efabulação de episódios da vida do rei, porque não se perdendo em excessivas decorações de teor descritivo, como é hábito acontecer noutras empreitadas do género, mais importadas com o pintar dos dias e dos tempos vividos, do que com a tentativa de chegar ao coração e ao pensamento das personagens. Ora o que Ana Cristina Silva faz é justamente optar por ir antes nessa direcção, isto é, dar-nos o tempo das personagens a partir do modo como elas pensariam os seus dias. O que daí resulta é que temos dos factos uma ideia interpretada à luz do pensamento das personagens, sobretudo, no caso, a perspectiva de Al-Mu’Tamid. Deste modo, os factos históricos surgem-nos não apenas como meros factos, distantes e frios, mas antes imbuídos de uma perspectiva humana, donde, de resto, a conseguinte reflexão sobre eles e sobre os seus efeitos. Daí decorre uma muito interessante leitura histórica, não apenas da sociedade desses tempos, mas de como as pessoas (nomeadamente os seus actores principais) pensavam e reflectiam os acontecimentos.

Relatada na primeira pessoa (estas são as memórias de um rei já moribundo, dadas a conhecer por um seu escravo e presumível filho depois de o encontrar morto sob uma palmeira no seu exílio forçado na remota Aghmât, no meio do deserto) esta história dá-nos a conhecer um homem que, vistas as coisas, foi vítima da história. Com essência de poeta, ele acaba por ceder ao longo da vida, e nas suas decisões, aos desígnios e desejos do seu pai, este um homem cruel, sedento de guerras, conquistas e vitórias, ansioso por acrescentar mais e mais territórios ao império árabe na Península. Contudo, a história movia-se, e quis o destino que Al-Mu’Tamid viesse ao mundo no exacto momento em que as hostes cristãs na Península, comandadas por Afonso VI, se reuniam para a anunciada e pressentida Reconquista. Isso veio a acontecer, vitimadas as fileiras árabes não só pelo recrudescer das forças cristãs como também por intestinas lutas entre os emires da várias taifas andaluzes, mesmo que no seu final aglutinadas sob a mão de ferro dos berberes almorávidas, estes cães ferozes na defesa dos preceitos mais conservadores e acirrados do Alcorão. Incapaz de lutar contra o rolo da História, mesmo que se revelando no campo de batalha digno sucessor dos créditos do seu pai, Al-Mu’Tamid dir-se-ia talhado para a miséria enquanto rei, já que perderia o seu trono, os seus territórios, as suas riquezas e até alguns dos seus filhos. No mais, como bom poeta (que era e que a História guardou, guarda como tal), apenas conservou a aura poética (escrevendo até ao fim dos seus dias, mesmo dentro de um calabouço – e aqui, no relato, fica apenas a dúvida de saber onde escrevia, pois encontrava-se numa aldeia de tendas no meio do deserto, quase sem vivalma e agrilhoado dentro de uma “masmorra”), o amor das suas mulheres, a amizade dos poetas, uma réstia de dignidade e a memória afectiva do seu povo. Um falhado ou um vencedor? Pelos trâmites da História, talvez um vencedor, pois apesar de um perdedor no seu tempo foi a ele que a História guardou, mais do que, por exemplo, a memória do seu pai ou outros conquistadores árabes seus predecessores. Nada de muito espantar; quem hoje, entre a massa de anónimos cidadãos, sabe nomear os ministros de, por exemplo, uma primeira república? Por outro lado, pergunte-se-lhes que foi Camões e todos saberão dizê-lo um dos nossos, senão o nosso maior poeta. Eis, ao fim e ao cabo, neste romance bem expressa a força imorredoira da poesia. Expressa, diga-se, de forma admiravelmente bem escrita.

Pedro Teixeira Neves

Cortesia de PNETLiteratura

Sem comentários:

Poetícia > Marcadores

Notícias (737) Poeta (655) Poesia (414) Eventos (369) Cultura (276) Poema (267) Literatura (200) Livros (158) Prémio (96) Citação (76) Pessoa (57) Brasil (54) BIO (53) CFP (51) Portugal (50) Falecimento (39) Internet (39) Lisboa (39) Arte (34) Português (34) Festival (31) Lançamento (31) Poetícia (29) Teatro (28) Exposição (26) Leitura (26) Concursos (24) IC (24) Pintura (24) Livro Raro (23) Internacional (21) Memória (21) Música (21) Revistas (21) Crónica (20) Europa (20) Feira do Livro (20) Blog (19) Camões (19) Lusofonia (19) Poesia Erótica (19) Ciclo Poetas do Mundo (18) Encontro (18) Autor (16) BN (15) Conferência (15) Cinema (14) Novos Autores (14) Entrevista (13) Livraria (13) Recital (13) Biblioteca (12) Dia Mundial da Poesia (12) Línguas (12) Sintra (12) Antologia (11) Colóquio (11) História (11) Mundo (11) Museu (11) SPA (11) PNET (10) Porto (10) Festa (9) Homenagem (9) Irene Lisboa (9) Itália (9) Andrade (8) Crianças (8) Crítica (8) DN (8) EUA (8) Política (8) Tradução (8) Triplov (8) CCB (7) Ciclo (7) Espanha (7) Espanhol (7) Espólio (7) Alegre (6) Algarve (6) Aniversário (6) António Pina (6) Artigo (6) Belo (6) CNC (6) Educação (6) Escritor (6) Espanca (6) Inédito (6) Liberdade (6) Natal (6) Poe (6) Promoção (6) Russia (6) Shakespeare (6) APEL (5) Angola (5) Botto (5) Breyner Andresen (5) Checa (5) Chile (5) Digital (5) Escrita (5) Estudos (5) Fotografia (5) Helder (5) Infantil (5) JN (5) Leilão (5) Lusiadas (5) Moçambique (5) Novalis (5) Pessanha (5) Plath (5) Quental (5) RTP (5) Torga (5) Um Poema por Semana (5) Vida (5) Whitman (5) África (5) APE (4) Alice Branco (4) Almada (4) Argentina (4) Açores (4) Baudelaire (4) Cabo Verde (4) Cervantes (4) Ciência (4) Coimbra (4) Drummond de Andrade (4) Editora (4) Ernane C. (4) Espectáculo (4) Filipe de Fiuza (4) Filme (4) Filo-café (4) Fonseca (4) Gama (4) Gulbenkian (4) Ibérica (4) Informação (4) Literacia (4) Lourenço (4) Madeira (4) Neruda (4) O'Neill (4) Pais Brandão (4) Pascoaes (4) Ramos Rosa (4) Rimbaud (4) Régio (4) Surrealismo (4) Tavira (4) Teresa Horta (4) Tolentino Mendonça (4) Universidade (4) Actualidade (3) Al Berto (3) Ameríndios (3) América (3) Arruda dos Vinhos (3) Barreiro (3) Barros (3) Borges (3) Byron (3) Carlos de Oliveira (3) Celan (3) Cesariny (3) Coreia (3) Correntes d'Escritas (3) Cursos (3) Dança (3) Debate (3) Dia Mundial do Livro (3) Economia (3) Eliot (3) Escola (3) Especial Poetícia (3) FBP (3) Fado (3) Famalicão (3) Filósofo (3) França (3) Funchal (3) Garcia Lorca (3) Gedeão (3) Goethe (3) Gomes Ferreira (3) Governo (3) Gusmão (3) Hölderlin (3) Japão (3) Jornal (3) Junqueiro (3) Júdice (3) Keats (3) Latinidade (3) Luisa Amaral (3) Mirandês (3) Mourão-Ferreira (3) Natureza (3) Nava (3) Neo-realismo (3) Nerval (3) Nietzsche (3) Nobel (3) Nova Águia (3) Ondina Braga (3) Opinião (3) Palestra (3) Paris (3) Popular (3) Pushkin (3) RAP (3) Rapper (3) Salvado (3) Saramago (3) Silves (3) Silêncio (3) Sociedade (3) Sá-Carneiro (3) Tagore (3) Tamen (3) Tasso (3) Tertúlia (3) Turquia (3) Viagens (3) Vieira (3) Walcott (3) Yeats (3) 2º Aniversário (2) Akhmadulina (2) Alagamares (2) Alentejo (2) Alighieri (2) Almeida (2) Almira Medina (2) Ar livre (2) Ariosto (2) Arquitectura (2) Artaud (2) Avis (2) Azenha (2) Bachmann (2) Bai (2) Baptista (2) Barco (2) Bashô (2) Berardinelli (2) Bienal (2) Blake (2) Bocage (2) Bolsas (2) Brecht (2) Bugalho (2) CPLP (2) Cacela Velha (2) Café (2) Caldas da Rainha (2) Campos (2) Cancioneiro (2) Cannes (2) Capital (2) Carlos Cortez (2) Carnaval (2) Carvalho (2) Casa (2) Cascais (2) Castelo Branco (2) China (2) Cidadania (2) Cidade (2) Concreto (2) Congresso (2) Conto (2) Correia (2) Costa (2) Crise (2) Cruz (2) Cruz e Silva (2) Cuba (2) Culturest (2) Cummings (2) Daniel (2) Darwich (2) Deus (2) Divulgação (2) Diónisos (2) Echevarría (2) Falero (2) Freitas (2) Fu (2) Futurismo (2) Gancho (2) Garcias (2) Gomes (2) Google (2) Gotemburgo (2) Guarda (2) Gullar (2) Hatherly (2) Herculano (2) Hikmet (2) Hip-Hop (2) Homero (2) Hughes (2) Humor (2) Ideias (2) Imagem (2) Inauguração (2) Inglaterra (2) Inovação (2) Jacinto (2) Jazz (2) John-Perse (2) José Forte (2) Jovem (2) Juyi (2) Kipling (2) Klimt (2) Lacerda (2) Lautreamont (2) Leal (2) Letras (2) Leya (2) Lima (2) Maiakovski (2) Manifesto (2) Mar (2) Margarit (2) Mediterranea (2) Momento (2) Montale (2) Moraes (2) Mostra (2) Mulher (2) Musset (2) Negreiros (2) Nemésio (2) Nobre (2) Oriente (2) Osório (2) Ovar (2) Ovídio (2) PEN (2) Petrarca (2) Piaget (2) Picasso (2) Pindaro (2) Pitta (2) Pobreza (2) Pound (2) Póvoa do Varzim (2) Qatrân (2) Quintana (2) Revolução (2) Rilke (2) Robô (2) Rock (2) Russo (2) Safo (2) Santos (2) Sarau (2) Seferis (2) Seminário (2) Sena (2) Setúbal (2) Shan (2) Shelley (2) Silva Carvalho (2) Szymborska (2) São Tomé e Principe (2) Tennyson (2) Thomas (2) Turismo (2) USA (2) Ubarana (2) Verde (2) Video (2) Wordsworth (2) Workshop (2) Zhi (2) Zimbabue (2) África do Sul (2) 1870 (1) 2012 (1) A Trama (1) ABL (1) ACAPO (1) ACAT (1) Abril (1) Academia (1) Acordo Ortográfico (1) Adoum (1) Agamben (1) Agricultura (1) Aguiar e Silva (1) Aigner (1) Akhmátova (1) Al-Mu'tamid (1) Alain Bosquet (1) Alba (1) Aleixo (1) Alemanha (1) Almedina (1) Almeida e Sousa (1) Alorna (1) Alquímia (1) Alves (1) Alves Redol (1) Alzheimer (1) Ambiente (1) Amesterdão (1) Amichai (1) Amnistia Internacional (1) Amor (1) Amália (1) América Latina (1) Anjos (1) Ankara (1) Ano Novo (1) Anónimo (1) Ap Gwilym (1) Apollinaire (1) Apostas (1) Argumento (1) Ariadna (1) Arquíloco (1) Artista (1) Associação Âncora (1) Ateliê (1) Auden (1) Avelar (1) Aventura (1) Award (1) Azevedo (1) BB (1) BD (1) Baba (1) Bacelar (1) Baena (1) Balear (1) Banco de Livros (1) Bandeira (1) Barcelona (1) Barnes and Noble (1) Bebés (1) Behbahani (1) Beira (1) Belgrado (1) Bellman (1) Bem-vindo (1) Benavente (1) Benedeit (1) Benedetti (1) Benfeita (1) Bengala Branca (1) Benn (1) Berlin (1) Bertrand (1) Bessa (1) Bicentenário (1) Bilac (1) Bioarte (1) Birds of America (1) Bishop (1) Blaga (1) Botelho (1) Braille (1) Brasilia (1) Breton (1) Brines (1) Britiande (1) Brito (1) Brito e Abreu (1) Brochado (1) Browning (1) Bueno (1) Burns (1) Buson (1) Buñuel (1) Bíblia (1) CCPE (1) CVC (1) Cabrita (1) Caeiro (1) Calderón (1) Caminhada (1) Campanha (1) Campino (1) Campion (1) Campo (1) Canada (1) Candidatura (1) Caneta (1) Canto (1) Cardenal (1) Cardiff (1) Carlos Williams (1) Carneiro (1) Carson (1) Cartas (1) Casa Mateus (1) Casais Monteiro (1) Castro (1) Catalão (1) Catroli do Carmo (1) Causas (1) Cavafy (1) Cavalcanti (1) Cegueira (1) Celebração (1) Cendrars (1) Chagas (1) Chandong (1) Char (1) Chaucer (1) Chen-Ch'ing (1) Cheng (1) Christensen (1) Chá (1) Claraval (1) Clifton (1) Cochofel (1) Coleridge (1) Comboio (1) Competição (1) Comunidade (1) Condenação (1) Convenção (1) Conversa (1) Cordelismo (1) Corona (1) Correia d'Oliveira (1) Correspondência (1) Cortesão (1) Couto Viana (1) Coyolchiuhqui (1) Crane (1) Criatividade (1) Cristina César (1) Cros (1) Cruzeiro (1) Crítico (1) Cuetzpaltzin (1) Cullen Bryant (1) Cupertino de Miranda (1) Cátedra (1) Césaire (1) César (1) Da Vinci (1) Danças com História (1) Dao (1) Data (1) De Castro (1) Delvaux (1) Denka (1) Descoberta (1) Desconhecido (1) Design (1) Desporto (1) Dia Mundial da Árvore (1) Dia de Camões (1) Dicionário (1) Dickinson (1) Direito de Autor (1) Direitos Humanos (1) Discriminação (1) Documentário (1) Dona Maria (1) Donne (1) Dramaturgo (1) Duarte de Carvalho (1) Dublin (1) Ducasse (1) Durban (1) Duro (1) Díli (1) E-learning (1) Edimburgo (1) Eduardo Lourenço (1) Efrém (1) Egipto (1) Ehoua (1) Eldár (1) Eluard (1) Eléctrico (1) Elísio (1) Emerson (1) Emigrante (1) Emilio Pacheco (1) Emílio Pacheco (1) Encontro Internacional de Poetas (1) Ensaio (1) Ensino (1) Equador (1) Erba (1) Escultor (1) Escultura (1) Eslováquia (1) Eslovénia (1) Esoterismo (1) Espaço (1) Espírito Santo (1) Esquilo (1) Estatística (1) Europeana (1) Exclusão Social (1) Experiências (1) Exportação (1) Facebook (1) Fantástico (1) Faraz (1) Faria (1) Farrokhzad (1) Feijó (1) Feira (1) Felipe (1) Felício (1) Feminino (1) Figueiredo Sobral (1) Fim (1) Fim de Poetícia (1) Fliporto (1) Florença (1) Floriano Martins (1) Formação (1) Francês (1) Frei (1) Freire (1) Freixo de Espada à Cinta (1) Friol (1) Frost (1) Frágil (1) Fundação (1) Fundação Calouste Gulbenkian (1) Fundação Inês de Castro (1) Futebol (1) Fábrica (1) Férin (1) Fórum (1) Galeria (1) Galêgo (1) Garrett (1) Gelman (1) Gil (1) Godward (1) González (1) Grade (1) Granada (1) Gratuito (1) Graves (1) Graça Moura (1) Graça de Abreu (1) Grimshaw (1) Grã-Bretanha (1) Grécia (1) Guerra Colonial (1) Guimarães (1) Guiness (1) Guiné-Bissau (1) H.D. (1) Hadfield (1) Haiku (1) Heaney (1) Henriques (1) Heraclito (1) Hino de Portugal (1) Holanda (1) Holub (1) Homem de Mello (1) Hugo (1) Huigen (1) Humanidade (1) IPLB (1) ISPA (1) Importação (1) Inscrições (1) Inés de la Cruz (1) Inútil (1) Iraque (1) Islão (1) Istambul (1) Jacob (1) Jamís (1) Jay-Z (1) Jordânia (1) Jorge (1) Jornal de Letras (1) Jornalismo (1) José Borges (1) Joyce (1) Kahlo (1) Khayyam (1) Khonds (1) Klopstcock (1) Knopfli (1) Kobayashi (1) Komrij (1) Kontrastes (1) Kundera (1) Kung (1) Kwesi Johnson (1) La Féria (1) Lagos (1) Lamartine (1) Lamego (1) Lasker-Schuler (1) Laučik (1) Laâbi (1) Lei (1) Leitor (1) Lello (1) Lempicka (1) Leopardi (1) Lermontov (1) Letras Eternas (1) Lima Freire (1) Limaverde (1) Lituânia (1) Livreiros (1) Livro de Bolso (1) Llansol (1) Lobato Faria (1) Logau (1) Londres (1) Longfellow (1) Lopes (1) Lopes Mota (1) Louis Stevenson (1) Loulé (1) Luanda (1) Lucas (1) Lun (1) Lusa (1) Luxenburgo (1) Luz (1) Luís Mendonça (1) Luís Tavares (1) Lêdo Ivo (1) MRR (1) MacMhuirich (1) Macedo (1) Machico (1) Madrid (1) Mafra (1) Magaia (1) Magritte (1) Mallarmé (1) Mandelstam (1) Manguel (1) Manjas (1) Manuscrito (1) Maputo (1) Maratona (1) Margarido (1) Marginal (1) Maria Lisboa (1) Martins (1) Martí (1) Mascarenhas (1) Matisse (1) Matos e Sá (1) Matosinhos (1) Mavila (1) Mecenato (1) Mensagem (1) Menéres (1) Mercado Livreiro (1) Merini (1) Millares Sall (1) Milosz (1) Milton (1) Ministério da Cultura (1) Mirabai (1) Mistral (1) Mondrian (1) Monroe (1) Montecinos (1) Montejo (1) Moore (1) Morrison (1) Mota (1) Multimédia (1) Máquinas de Escrever (1) Narek (1) Nascimento (1) Nave (1) Nazaré (1) Nejar (1) Neto (1) Neto Jorge (1) Neves (1) Nexe (1) Noite (1) Nova Era (1) Nova Yorque (1) Nova Zelândia (1) Novidade (1) Novo (1) Nuove Voci (1) Náutica (1) O'Hara (1) ONU (1) Obama (1) Oeiras (1) Olhão (1) Onestes (1) Opera (1) Outono (1) Oxford (1) PLAV (1) Pacheco (1) Palavra (1) Palavra Ibérica (1) Palmela (1) Pampano (1) Paraná (1) Paraty (1) Pardal (1) Parfums de Lisbonne (1) Parménides (1) Parque (1) Pashtun (1) Pasolini (1) Passeio (1) Passos (1) Pasternak (1) Patraquim (1) Património (1) Pavese (1) Paz (1) Pecora (1) Pedro Guisado (1) Pedrosa (1) Peniche (1) Penna (1) Pereira Dias (1) Personalidades (1) Petição (1) Pigmeus (1) Pignatari (1) Pinter (1) Pinto do Amaral (1) Pires Cabral (1) Pitágoras (1) Piva (1) Pizarnik (1) Pluresia (1) Poema Visual (1) Poesia Experimental (1) Poesia Visual (1) Poetria (1) Poetry Slam (1) Poiesis (1) Polegatto (1) Popa (1) Pope (1) Portal (1) Portalegre (1) Portugal Telecom (1) Portuguesia (1) Postal (1) Powell (1) Praga (1) Presidência (1) Primavera (1) Projecto (1) Prosa (1) Prévert (1) Psicanálise (1) Psicologia (1) Pucheu (1) Pulquério (1) Quadros (1) Quasimodo (1) Queiroz (1) Qunanbayuli (1) Rasteiro (1) Realismo (1) Rebordão Navarro (1) Recorde (1) Rede Social (1) Reflexão (1) Rei (1) Reid (1) Reis (1) Reis Pereira (1) Relatório (1) Religião (1) Renoir (1) Reportagem (1) República (1) Resende (1) Residência (1) Reunião (1) Reznikoff (1) Ribatejo (1) Ribeiro (1) Rio Maior (1) Rio de Janeiro (1) Rios (1) Riqueza (1) Rita Lopes (1) Robbe-Grillet (1) Rocha (1) Rodrigues (1) Rojas (1) Rossetti (1) Rua (1) Rui de Sousa (1) Rumi (1) Russa (1) Rússia (1) Sa Du La (1) Saba (1) Sabrosa (1) Salazar Sampaio (1) Samba (1) Sameiro Barroso (1) Sanguineti (1) Sant'Anna (1) Santo Tirso (1) Saraiva (1) Sarajlic (1) Sartes (1) Scott-Heron (1) Seixal (1) Selene (1) Sepé Tiaraju (1) Serralves (1) Sertã (1) Sesc (1) Sexo (1) Sfinx (1) Shang-Yin (1) Shibata (1) Shiki (1) Shiking (1) Simões Dias (1) Soares de Passos (1) Soei (1) Solidariedade (1) Sousa Santos (1) Spoken Word (1) Stein (1) Stevens (1) Suicídio (1) Swenson (1) Swinburne (1) São Brás de Alportel (1) São João da Madeira (1) São Luis (1) São Paulo (1) Século XXI (1) Sénior (1) Sófocles (1) Tafdrup (1) Talento (1) Tao Yuanming (1) Tarkovskii (1) Teatro Negro (1) Tecnologia (1) Tejo (1) Teleutas (1) Televisão (1) Telles de Menezes (1) Terapia (1) Terra (1) Terras do Bouro (1) Textualino (1) Thiruvalluvar (1) Tibério (1) Timor (1) Tizatlan (1) Tokyo (1) Tordesilhas (1) Torneio (1) Torres Filho (1) Tovar (1) Trakl (1) Tranströmer (1) Tsvetayeva (1) Turco (1) Tzara (1) (1) UEP (1) UNESCO (1) UNICEPE (1) Ungaretti (1) União (1) Urbana (1) Valentino (1) Valmiki (1) Valéry (1) Veneza (1) Venezuela (1) Verlaine (1) Vigo (1) Vila Franca de Xira (1) Vila Nova de Cerveira (1) Vila Nova de Foz Côa (1) Vila Real de Santo António (1) Vilaret (1) Villon (1) Virgílio (1) Virgínio (1) Volte-Face (1) Voznessenski (1) Walser (1) Web-Jornal (1) Well (1) Whittier (1) XL (1) Xi (1) Yesenin (1) Yevtushenko (1) Yoka (1) You (1) Yuan (1) Zambrano (1) Zaratustra (1) Zuhyar (1) Zunhis (1) de la Vega (1) von Bingen (1) we are more (1) Árabe (1) Épico (1) Índia (1)