A poetisa e tradutora Maria da Saudade Cortesão Mendes, que o poeta brasileiro Murilo Mendes definiu como “Mulher toda sal e espuma”, faleceu ontem, em Lisboa, aos 96 anos, informou um familiar.
Saudade Cortesão faleceu de madrugada no Hospital Curry Cabral. Filha mais velha de Jaime Cortesão (1884-1960), poeta, dramaturgo, pedagogo, político e historiador da projecção portuguesa no mundo, Saudade Cortesão viveu grande parte da sua vida no estrangeiro acompanhando o seu pai no exílio.
Primeiro em Paris, logo após a célebre Revolução do Norte (1927), contra o salazarismo, encabeçada, entre outros, por Jaime Cortesão, mais tarde em Madrid e, por fim, no Rio de Janeiro, onde conheceu o grande poeta brasileiro Murilo Mendes com quem veio a casar em 1947.
“Mulher toda sal e espuma/filha e neta de altos entes/companheira de arte-vida...”, assim a definiu e sobre ela escreveu Murilo Mendes.
Nos anos cinquenta acompanhou o marido pela Europa, em missões culturais de difusão da literatura brasileira, fixando-se em 1957 em Roma, onde privou com escritores e artistas plásticos como Albert Camus, Carlos Drummond de Andrade, Sophia de Mello Breyner e Maria Helena Vieira da Silva – que a retratou - entre outros.
Nos últimos tempos de vida, já num lar, “ainda fazia questão de todos os dias ouvir ler livros”, lembra Bruno Cortesão, sobrinho da poetisa e filho do filósofo, poeta e ensaísta português, Agostinho da Silva, que foi casado com Judite Cortesão, irmã de Saudade Cortesão.
“A minha tia era uma pessoa extremamente inteligente, culta, elegante e com imenso carácter”, disse hoje à agência Lusa Bruno Cortesão.
O sobrinho da poetisa destacou ainda uma mulher “com posições firmes sobre a arte, poesia e literatura, mas também em relação à política”.
Saudade Cortesão foi recentemente galardoada com o Prémio Pen 2009, na categoria de poesia, com “O Desdobrar da Sombra, seguido de "Fragmentos de um Labirinto” (Roma), entre outros prémios como o que reconheceu o seu livro de estreia “Dançado Destino” - Prémio Fábio Prado de Poesia, São Paulo, 1952.
Traduziu para o português, “Murder in the Cathedral” , de T. S. Eliot, “A Midsummer Night's Dream”, de Shakespeare, e “Calígula”, de Albert Camus, e publicou também traduções do italiano e poemas em revistas e antologias no Brasil e em Itália.
Segundo a família, o corpo estará esta sexta-feira em câmara ardente na capela da Basílica da Estrela.
Cortesia de O Público
Saudade Cortesão faleceu de madrugada no Hospital Curry Cabral. Filha mais velha de Jaime Cortesão (1884-1960), poeta, dramaturgo, pedagogo, político e historiador da projecção portuguesa no mundo, Saudade Cortesão viveu grande parte da sua vida no estrangeiro acompanhando o seu pai no exílio.
Primeiro em Paris, logo após a célebre Revolução do Norte (1927), contra o salazarismo, encabeçada, entre outros, por Jaime Cortesão, mais tarde em Madrid e, por fim, no Rio de Janeiro, onde conheceu o grande poeta brasileiro Murilo Mendes com quem veio a casar em 1947.
“Mulher toda sal e espuma/filha e neta de altos entes/companheira de arte-vida...”, assim a definiu e sobre ela escreveu Murilo Mendes.
Nos anos cinquenta acompanhou o marido pela Europa, em missões culturais de difusão da literatura brasileira, fixando-se em 1957 em Roma, onde privou com escritores e artistas plásticos como Albert Camus, Carlos Drummond de Andrade, Sophia de Mello Breyner e Maria Helena Vieira da Silva – que a retratou - entre outros.
Nos últimos tempos de vida, já num lar, “ainda fazia questão de todos os dias ouvir ler livros”, lembra Bruno Cortesão, sobrinho da poetisa e filho do filósofo, poeta e ensaísta português, Agostinho da Silva, que foi casado com Judite Cortesão, irmã de Saudade Cortesão.
“A minha tia era uma pessoa extremamente inteligente, culta, elegante e com imenso carácter”, disse hoje à agência Lusa Bruno Cortesão.
O sobrinho da poetisa destacou ainda uma mulher “com posições firmes sobre a arte, poesia e literatura, mas também em relação à política”.
Saudade Cortesão foi recentemente galardoada com o Prémio Pen 2009, na categoria de poesia, com “O Desdobrar da Sombra, seguido de "Fragmentos de um Labirinto” (Roma), entre outros prémios como o que reconheceu o seu livro de estreia “Dançado Destino” - Prémio Fábio Prado de Poesia, São Paulo, 1952.
Traduziu para o português, “Murder in the Cathedral” , de T. S. Eliot, “A Midsummer Night's Dream”, de Shakespeare, e “Calígula”, de Albert Camus, e publicou também traduções do italiano e poemas em revistas e antologias no Brasil e em Itália.
Segundo a família, o corpo estará esta sexta-feira em câmara ardente na capela da Basílica da Estrela.
Cortesia de O Público
Sem comentários:
Enviar um comentário