Foi colocado a circular em Lisboa um abaixo-assinado a favor da poeta são-tomense Conceição Lima, cujo programa na televisão foi mandado silenciar pelo primeiro-ministro Patrice Trovoada.
A ideia de que a visada teria “uma atitude prejudicial para a imagem do Estado são-tomense” foi contestada pela professora universitária da mesma nacionalidade Inocência Mata, uma das pessoas que se sentiu chocada com o facto de Maria da Conceição de Deus Lima, antiga correspondente do PÚBLICO, estar a ser vítima de silenciamento no seu país natal, onde é o mais destacado elemento da comunicação social, para além de poeta inserida em antologias de várias nacionalidades.
“O primeiro-ministro, incomodado com a sua frontalidade, deu ordens para que o contrato de São Lima com a televisão não fosse renovado, de maneira a silenciar o programa que ela assina”, "Em Directo" . que era o de maior audiência, refere-se no abaixo-assinado actualmente a circular em Portugal.
“Desde quando é que a função de um jornalista deve depender da ‘imagem’ do Estado?!! A função do jornalista é informar e não informar de acordo com o ‘patriotismo’. Este é, aliás, um equívoco em que incorrem políticos de cultura e mentalidade muito pouco democráticas, que pensam que um jornalista deve seleccionar informação de acordo com a imagem que vai dar do país”, escreveu Inocência Mata, estudiosa das literaturas africanas de língua portuguesa.
“São Lima, com uma experiência de mais de 20 anos na BBC, especialista em Estudos Africanos, com mestrado no King’s College, é a maior poeta viva de São Tomé e uma das maiores da poesia contemporânea em língua portuguesa e de África. É demasiado grande para as mentalidades atrofiadas das elites no poder em São Tomé”, lê-se no abaixo-assinado colocado a circular no mundo lusófono contra este atropelo à liberdade de informação.
“O desemprego atira-a de novo para os camihos da diáspora. Vamos deixar que a devorem, sem pelo menos mostrar a nossa solidariedade? Creio que é o momento de mostrarmos que ela não está sozinha a lutar pela liberdade de imprensa e informação, pela nossa liberdade. Subscrevam o abaixo-assinado, por favor!”, diz o texto transmitido ao jornal PÚBLICO (http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/7729).
O programa “Em Directo” era o único da Televisão São-tomense a promover o contraditório e alimentava assim o sistema democrático. O caso da entrevista que ia ser feita ao antigo primeiro-ministro Carlos Veiga, de Cabo Verde, e que o Governo de Trovoada vetou, atitude que São Lima denunciou no jornal “Téla Nón”, precipitou os acontecimentos. No dia seguinte à publicação da sua crónica, a jornalista foi informada pelo director da TVS, Óscar Medeiros, que por ordem governamental o contrato que expirava a 31 de Dezembro não iria ser renovado. E logo a seguir o chefe de programas, Edson Carvalho, anunciou a São Lima a suspensão da rubrica em causa.
Conceição Lima fundou em 1993 o semanário independente “O País Hoje”, cuja direcção exerceu até ao fim do mesmo. Em 2004 publicou em Portugal o livro de poesia “O Útero da Casa” e em 2006 “A Dolorosa Raiz do Micondó”, ambos na Editorial Caminho.
Cortesia de O Público
A ideia de que a visada teria “uma atitude prejudicial para a imagem do Estado são-tomense” foi contestada pela professora universitária da mesma nacionalidade Inocência Mata, uma das pessoas que se sentiu chocada com o facto de Maria da Conceição de Deus Lima, antiga correspondente do PÚBLICO, estar a ser vítima de silenciamento no seu país natal, onde é o mais destacado elemento da comunicação social, para além de poeta inserida em antologias de várias nacionalidades.
“O primeiro-ministro, incomodado com a sua frontalidade, deu ordens para que o contrato de São Lima com a televisão não fosse renovado, de maneira a silenciar o programa que ela assina”, "Em Directo" . que era o de maior audiência, refere-se no abaixo-assinado actualmente a circular em Portugal.
“Desde quando é que a função de um jornalista deve depender da ‘imagem’ do Estado?!! A função do jornalista é informar e não informar de acordo com o ‘patriotismo’. Este é, aliás, um equívoco em que incorrem políticos de cultura e mentalidade muito pouco democráticas, que pensam que um jornalista deve seleccionar informação de acordo com a imagem que vai dar do país”, escreveu Inocência Mata, estudiosa das literaturas africanas de língua portuguesa.
“São Lima, com uma experiência de mais de 20 anos na BBC, especialista em Estudos Africanos, com mestrado no King’s College, é a maior poeta viva de São Tomé e uma das maiores da poesia contemporânea em língua portuguesa e de África. É demasiado grande para as mentalidades atrofiadas das elites no poder em São Tomé”, lê-se no abaixo-assinado colocado a circular no mundo lusófono contra este atropelo à liberdade de informação.
“O desemprego atira-a de novo para os camihos da diáspora. Vamos deixar que a devorem, sem pelo menos mostrar a nossa solidariedade? Creio que é o momento de mostrarmos que ela não está sozinha a lutar pela liberdade de imprensa e informação, pela nossa liberdade. Subscrevam o abaixo-assinado, por favor!”, diz o texto transmitido ao jornal PÚBLICO (http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/7729).
O programa “Em Directo” era o único da Televisão São-tomense a promover o contraditório e alimentava assim o sistema democrático. O caso da entrevista que ia ser feita ao antigo primeiro-ministro Carlos Veiga, de Cabo Verde, e que o Governo de Trovoada vetou, atitude que São Lima denunciou no jornal “Téla Nón”, precipitou os acontecimentos. No dia seguinte à publicação da sua crónica, a jornalista foi informada pelo director da TVS, Óscar Medeiros, que por ordem governamental o contrato que expirava a 31 de Dezembro não iria ser renovado. E logo a seguir o chefe de programas, Edson Carvalho, anunciou a São Lima a suspensão da rubrica em causa.
Conceição Lima fundou em 1993 o semanário independente “O País Hoje”, cuja direcção exerceu até ao fim do mesmo. Em 2004 publicou em Portugal o livro de poesia “O Útero da Casa” e em 2006 “A Dolorosa Raiz do Micondó”, ambos na Editorial Caminho.
Cortesia de O Público
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