Entrevista com Maria Teresa Horta

A ficção requer outro tempo. Levou 13 anos a escrever o romance sobre a Marquesa de Alorna. Mulher sem época, e antes de mais, sua avó.

As amigas encomendam-lhe feijoada. Os netos não passam sem o seu arroz. A avó, involuntária cozinheira de mão-cheia, que só pela família põe freio nas letras, escreveu sobre uma outra, a sua avó em quinto grau. Leonor de Almeida, mulher de erudição rara que desafiou preceitos nos séculos XVIII e XIX, enchia os cadernos de receitas com poesia. Um pouco à semelhança desta neta, nascida em 1937, que em vez de tirar notas durante as reuniões, entrega-se aos versos.

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(MTH) - O gravador dá resultado com toda a gente? A minha prática é que há muitos escritores que se inibem muito.

(i) - Não tem dado problemas. O pior é desgravar.

Isso é um trabalho de escravo, muito aborrecido. Mas diga-me.

Tinha-me dito que se aborrecia com as apresentações dos livros.

Não me aborrece. Acho que tem pouco a ver com o meu trabalho de escrita. Costumo dizer que eu sou a minha escrita. Escrevo porque me dá muito prazer, porque não posso deixar de escrever para ser feliz. Todo este acréscimo de exposição...Já tenho uma escrita muito exposta.

Sente que é um pouco redundante?

Sim, porque escrevo para mim, não escrevo para os outros. Depois com certeza que existem os outros. Acontece-me o mesmo na poesia. Quando as pessoas começam a fazer muitas perguntas acerca de cada verso, não gosto.

Dá-lhe vontade de dizer "leiam o livro"?

Dá-me sempre vontade de dizer isso, embora isso me assuste também um pedaço, porque a leitura de cada pessoa é diferente. Até porque numa obra que leva 13 anos a escrever, como é o caso, passei por visões muito diferentes da própria personagem. Acho que estou com trauma pós-parto.

Pelo vazio?

Um vazio enorme, como se ainda continuasse a escrever, que era a minha vontade. Fui para a Torre do Tombo e passei lá meio ano. Dias inteiros, até fechar, para investigar e ler coisas não editadas.

O espólio literário dela é vastíssimo, para uma mulher, para esta altura.

Para uma mulher. Mas ela não era uma mulher comum. À medida que fui entrando nos cadernos, diários, ela foi-se revelando. O livro teve oito versões, sendo que a estrutura literária foi a mesma desde o princípio.

Como é conviver há 13 anos...

Com a minha avó? Sim, porque ela é minha avó em quinto grau. Trisavó do meu avô. É ir atrás das minhas raízes também. É curioso e perturbador.

Descobrem-se muitas semelhanças entre esta Leonor e a Maria Teresa.

Pois, provavelmente tenho muitas coisas dela e obviamente que me projectei nela. Acho que a resposta é a epígrafe que coloco da Virginia Woolf, quando acabei o livro, se é que o acabei. Ainda ontem dizia ao Luís [de Barros], ao meu marido, que devia ter usado mais personagens. O truque foi mandar para a Dom Quixote.

Soube o momento certo de acabar?

Não era capaz. Mas tinha que pôr ponto final nisto. Fui enviando cada capítulo que terminava para a editora.

E os prazos?

Ultrapassei todos os prazos, mas a Cecília [da D. Quixote] é fabulosa. Teve uma paciência que eu sempre agradecerei. Às tantas já estava desesperada. Mas tive que mandar. No dia seguinte compro umas cartas da Virginia Woolf para a Sackville-West. Quando a Virginia acaba o livro, na última carta pergunta-lhe: "Agora que acabei pergunto a mim própria, será que te inventei dos pés à cabeça? É a epígrafe do livro. Tenho coisas dela, como encontrei respostas à maneira de ser da minha mãe na Leonor.

Que marcas a tocam mais?

A determinação, o arrebatamento. A transgressão dos papéis que na altura era muito mais evidente. Como lhe diz a Teresa de Mello Breyner numa carta: "Nós mulheres pagamos caro por ler livros".

Ainda hoje se diz que são perigosas.

São. Agora imagine naquela altura. Ela foi uma figura primeira na construção da Academia das Ciências e as mulheres não podiam ser sócias. Era uma sombra.

É uma feminista.

Completamente. Embora me tenha zangado três vezes com ela ao longo do livro e tive umas semanas que nem escrevi.

Porquê?

Até entender que na época, e mesmo hoje, é mais prudente uma mulher fazer de conta e não assumir as coisas. Por exemplo, quando o pai lhe diz para não ler Voltaire, ela dizia "não senhor, meu pai, nunca". E lia. Eu diria logo ao meu pai "ai leio, sim senhor". Era logo um desastre. Se tivesse feito o que ela fez era muito mais inteligente.

Como acha que ela seria hoje?

Não lhe sei dizer. Mas acho que seria feminista. Bom, pode dizer que estou a puxar a brasa à minha sardinha. Talvez seja, mas ela morre com 89 anos e até aos 80 e tal ainda saía de manhã para ir para as aulas na faculdade de Ciências. Para mim é estranhíssimo. A minha mãe morreu no ano passado com 90 e tal anos e quando tinha a idade da Leonor, olhava para ela, mulher de um vigor absoluto, e mesmo assim não a via meter-se num táxi para ir ter aulas.

Ia mostrando o que ia escrevendo?

Não mostro as coisas que escrevo. E como sou mulher tenho um cuidado ainda maior. No meio familiar não é um hábito uma mulher escrever. Sei que não teria a obra que tenho se a tivesse mostrado antes de publicar. Ainda hoje é uma prudência que as mulheres escritoras devem ter. Mas com a Leonor foi um pouco diferente. Passou a entrar na família hoje, no nosso quotidiano. Muito mais para o meu marido. Tenho que lhe agradecer a paciência para estes anos de obcecação. E mais ainda, para a intromissão de outra pessoa na nossa vida. Ele fez o mais inteligente, que foi interessar-se por ela.

Não podia vencê-la.

Foi atrás dela também. Nos últimos dois, três anos, foi fundamental. Apaixonou-se pela personagem depois de grandes debates. Ela apaixona-se por um homem que luta, da Vendeia. Hoje vê-se como uma coisa reaccionária, mas na época era um herói para ela. Estava à espera nesse Portugal sem heróis, de um herói, porque era muito mais do que todos os homens do país. Ele tinha vinte e tal anos e ela 50. Uma coisa impensável.

Não só na época, mais uma vez.

Ainda hoje. Um homem com 50 e uma mulher de 25 não tem problema nenhum, até é viril e os homens olham com uma certa inveja. O contrário não. As mulheres são coitadas, "o que é que lhe passou pela cabeça? Ai os filhos, que vergonha!" O Luís é jornalista e tem uma prática enorme de ler textos. Uma vez reparou que ela estava com um xaile de lã em Agosto. Não podia. Na editora não quero ninguém a tocar no meu texto. Mas com uma pessoa em quem confio e que amo ao meu lado, vou conversando.

É uma obra de muito detalhe.

Os talheres, a roupa. Li sobre tudo. Não a podia tirar do contexto senão não era verdade. Teve oito filhos, fiz oito partos. Já nem sabia como fazer tanto parto. Acho que é uma escrita feminina, do pormenor, com grande trabalho de linguagem. Há pessoas que me dizem que parece que cada texto levou horas. Horas? Levava dias.

Foi um prazer doloroso?

De vez em quando era um peso. Há também textos de uma escrita jornalística, que serviram para dizer o essencial. Em certos textos não podia ter o voo poético, mas informativo. Aí entra a jornalista, diz o que tem a dizer, para poder voltar à escrita literária e ficcional. As três escritas entram sempre até na minha poesia.

Quando decide pegar na Leonor?

Primeiro, num projecto muito vago, mas muito ambicioso, que era tirar da História as mulheres que ficaram na sombra. A quem lê a nossa História, parece que não existem. E não é verdade. Tivemos mulheres espantosas, mas como não sou regrada não comecei no Afonso Henriques. Apeteceu-me começar pelo mais próximo, a Marquesa de Alorna. Ao avançar percebi que não era possível o projecto todo. Resolvi dedicar-me por inteiro a ela.

Tem sempre o vínculo familiar.

Em pequena, e é o maior motivo, tenho memória de estar em cima de uma mesa da minha mãe, numa salinha, e de haver um livro da Marquesa de Alorna, do Marquês d''Avila e de Bolama. Aprendia a ler muito cedo, sozinha, naquela loucura da biblioteca do meu pai, o que aborrecia toda a gente. Não se ensinava uma menina a ler antes dos sete anos. Mas aprendi com a minha avó umas noções e peguei nesse livro; fui atrás dela. Se calhar era um projecto de vida. Ela era escritora, eu queria ser escritora. Ao longo da minha vida a minha mãe andou sempre com o livro atrás, e fui sempre encontrando-o.

Ainda o tem?

Tenho. Está completamente destruído, agora com a Leonor. Li-o tantas vezes que tive que mandar encadernar. Esta mulher fabulosa só pode existir hoje pela sua habilidade em construir uma obra que ela quis que chegasse aos nossos dias, a posteridade. Ela tinha cadernos feitos que começavam por ter receitas, contas de casa, depois um poema. Já estava tudo arrumado.

Sempre conseguiu compatibilizar a escrita com as receitas e as contas da casa?

É difícil, claro que é, sobretudo porque não gosto nada. Com os anos ainda vou ficando pior. Todos os dias passo a ferro, cozinho. As minhas amigas pedem-me para fazer feijoada, que é magnífica.

É boa cozinheira, afinal.

Pelos vistos sou. E os meus netos dizem que eu faço o melhor arroz do mundo, veja bem. Portanto há coisas que faço e tento fazer bem mas tem que ser tudo de seguida, senão esqueço-me logo e deixo queimar o que ficou ao lume. É um desastre. Até aquelas coisinhas que há para marcar as horas eu ponho mal. Não é fácil, mas lembro-me de fazer poesia a mudar as fraldas ao meu filho. Faço poesia durante as coisas terríveis que me acontecem.

Terríveis?

Nas reuniões que tenho, que odeio, as pessoas acham que estou a tomar notas, e fico muito bem vista, mas estou a fazer poesia. Quando faço coisas que não me deixam fazer poesia, aí a poesia aparece. Descobri que quando mudava fraldas ela aparecia. Antes já punha o papel e a esferográfica, ele estava deitadinho na cama e eu ia tirando notas. Depois entra-se em acordos. Quando estava com ele ouvia Mozart, depois ele ouvia "Os Três Porquinhos". Nunca fui uma mãe galinha, mas sou avó terrível. Hoje penso se os meus filhos não gostariam de ter uma mãe mais convencional.

Alguma vez se sentiram trocados pelas letras?

Não. O meu filho, o Luís Jorge, nunca me disse isso, mas é um homem muito lá em cima. Tenho uma família muito especial, um contacto muito grande com o meu filho através do cinema. E agora pergunta-me se a Leonor gostaria de cinema.

Acredito que gostasse.

Este livro tem muito a ver com o cinema, que sempre fez parte da minha vida. Fui a primeira mulher cineclubista deste país. Lembro-me de ir ao cinema com a minha mãe quando ainda não tinha idade para entrar.

Qual foi o primeiro que viu?

A Branca de Neve e os Sete Anões. Chorei tanto, tanto com a bruxa, que me levaram para fora do cinema. Aí já chorava porque estava a perder o filme. Preferiram levar-me para dentro de novo a chorar. Nunca mais voltei a ver. A minha mãe ia ao cinema sozinha, o que naquela época... ainda mais com uma menina.

Lidavam bem com os olhares de lado?

Só havia olhares para a minha mãe. A minha mãe era lindíssima, andava de calças quando as mulheres não as usavam, fumava na rua.

Uma mãe muito progressista que vem de uma família da alta-aristocracia.

Sim, mas era progressista na mentalidade. Politicamente não era. Foi criada pelos avós, que são mais permissivos. Tinha muitos primos e irmãos, andava muito com os rapazes. Era o que hoje se chama, e que eu odeio, uma maria-rapaz. Não é nada maria-rapaz. É uma rapariga que exige já da vida outra maneira de estar. Não são iguais aos rapazes, não achavam era justo ficar a bordar.

Também sentia mais afinidade com os rapazes?

Claro, eles têm esse espaço, esse álibi para fazer determinadas coisas. As filhas das amigas da minha mãe eram insuportáveis. Nada criativas, aborrecidas. As meninas na minha vida eram umas meninas pobres, ali em Benfica, que viviam em barracas. Apanhei piolhos diversas vezes. Ensinaram-me coisas fabulosas da vida. Devo-lhes imenso. Levava-as para casa, para grande escândalo dos meus pais.

Muito mais tarde tem uma afinidade histórica com as outras duas Marias.

Sim, muitíssimo mais tarde. Ao longo da vida fui tendo amigas e amigos, que é muito importante. Fui escolhendo as que tinham mais a ver comigo. Tinha várias amigas que não iam como eu, mas achavam graça, e pediam para contar o que lia. Li a biblioteca toda do meu pai às escondidas e passei a ler a biblioteca dos pais das minhas amigas.

Elas não liam?

Não, mas eram as que estavam mais perto de mim. Escutavam, tinham interesse. Depois encontrei mulheres muito interessantes. A Natália [Correia], a própria Fernanda Botelho. A Fiama [Hasse Pais Brandão] da Poesia 61, a Luísa Neto Jorge; mulheres fabulosas. Recordo-me muito da Fiama com grande saudade, foi a minha grande amiga. E muitos homens fabulosos. A geração do Urbano [Tavares Rodrigues], do David [Mourão-Ferreira], de uma generosidade e abertura. Não havia inveja.

Como é que estes homens vos viam?

Estes homens já eram especiais. Achavam muito curioso. Lembro-me do David e do Urbano me fazerem um encontro com a Natália, e estavam todos na expectativa do que ela diria sobre uma menina a entrar na escrita. Estavam convencidos que ia ser um despique. Lá me disse, sentada com uma grande boquilha: "Teresa, até que enfim há outra mulher arrebatada que escreve neste país!".

Nunca pensou ser outra coisa?

Não. Quando me perguntavam o que queria ser, e isso já era um avanço, eu dizia que queria escrever um livro. Sempre adorei jornalismo mas fiz primeiro ficção, nos cadernos do meu pai, que era médico. A poesia chega com a adolescência. Lia até não saber mais o que estava a ler. O Cesário, o Herculano, e as mulheres da escrita, que eram poucas.

Continuamos a ter poucas autoras?

Continuamos. A Virginia Woolf tem razão quando diz que a mulher para escrever tem que matar o anjo do lar. De vez em quando acho que não matei tanto quanto devia. O que me salva é ser poeta. Também não acredito nos autores que estão fechados em casa, despegados do mundo. Sempre adorei as redacções.

Sente saudades dos jornais?

Ai, muitas, muitas. Quando percebi que a Leonor não tinha fim, tive que deixar. Mas se os meus netos precisarem de mim, não há escrita não há nada. Quando o Luís esteve doente parei a Leonor durante um tempo. A poesia escreve-se em qualquer sítio e entrei com ele no hospital quando foi operado. E a poesia fi-la lá. Ficção tem outra exigência, mas por ele parei. Estou apaixonada pelos netos e por ele. Tinha mesmo que estar, que os homens dão muito trabalho.

Cortesia de i

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