ISU é um robot. Mas é poeta. Para que não restem dúvidas, "lança" esta quinta-feira, pelas 18 horas, no Museu da Água de Coimbra, o seu livro de poemas. ISU é a mais recente criação de Leonel Moura, um dos pioneiros da robótica na arte.
"Os poemas reunidos neste livro foram realizados durante o período de uma semana. Dotado de um dicionário baseado num conjunto de poemas de autores conhecidos - com destaque para Herberto Helder - ISU produziu cerca de uma centena", explica Leonel Moura.
O artista, que hoje inaugura no Museu da Água de Coimbra uma exposição alusiva ao tema, refere que "foram escolhidos 30 dos poemas mais legíveis" assinados por ISU ( em homenagem a Isidore Isou, o criador do Movimento Letrista).
Do ponto de vista do inventor de ISU este é, sem dúvida, o primeiro grande poeta da era das máquinas criativas. "Escreve letras e palavras que formam composições sem sentido. ISU é o derradeiro dadaísta", acrescenta numa alusão ao conhecido movimento artístico do início do século passado.
O robot poeta faz uso de processos aleatórios, mas nem tudo na sua acção é fruto do acaso. "As máquinas, quando dotadas de autonomia e alguma inteligência, conseguem gerar criações originais independentes do humano que esteve na origem do processo".
Leonel Moura, reconhecido nacional e internacionalmente, como um dos pioneiros a trabalhar com "criatividade artificial", tem já muitos dos seus trabalhos representados em vários museus e instituiçõess europeias e norte-americanas. Em 2006, criou RAP (Robotic Action Painter). Isto é, um robot pintor. E foi também, nesse ano, que surgiu o ISU (o robô poeta).
Cortesia de JN
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