BIO - Alexandre O'Neill


Que quis eu da poesia? Que quis ela de mim? Não sei bem. Mas há uma palavra francesa com a qual posso perfeitamente exprimir o rompante mais presente em tudo o que escrevo: dégonfler. Em português, traduzi-la-ia por desimportantizar, ou em certos momentos, por aliviar, aliviar os outros, e a mim primeiro, da importância que julgamos ter. Só aliviados podemos tirar o ombro da ombreira e partir fraternalmente, ombro a ombro, para melhores dias, que o mesmo é dizer, para dias mais verdadeiros. É pouco como projecto? Em todo o caso, é o meu. O que vou deixando escrito, ora me desgosta, enjoa até, ora me encanta. Acontece certamente o mesmo aos outros poetas, tenham estatuto ou não. Mas comigo, talvez essa oscilação se dê com mais frequência. É que a invenção atroz a que se chama o dia-a-dia, este nosso dia-a-dia, espreita de perto tudo o que faço. É o preço que tenho pago para o esconjurar, pelo menos nas suas formas mais gordas e flácidas.”


Estas palavras ditas pelo autor na abertura do disco gravado em 1972, que acompanhava a edição do livro de poemas Entre a Cortina e a Vidraça, definem bem a atitude literária de Alexandre O’Neill – um poeta a quem repugnavam palavras como carreira, ou poses de “empolamento” características do meio literário, “certa importanticidade sumamente ridícula” de muitos escritores. A postura de desdém irónico perante a instituição literária não é senão a outra face da moeda de uma escrita poética fundamentada na recusa de qualquer misticismo, transcendência ou hermetismo tradicional, todo ocupado no tricot das palavras ou no fazer “bonito”. As palavras são “animais doentes”: a consciência trágica do desgaste da linguagem, do peso que o tempo veio acumulando sobre as palavras, transforma-a O’Neill ironicamente em jogo – tudo é reconstruído, parodiado e reaproveitado: calão, idiotismos, entoações. A representação exemplar do peso histórico da linguagem é, sem dúvida, o lugar-comum – a sua fonte predilecta de desconstrução. Neste sentido, é uma poesia do quotidiano, o que não equivale a dizer que é uma poesia realista strictu sensu. Talvez se lhe possa pôr o rótulo de realismo subversivo, um realismo transtornado por um olhar alucinado simultaneamente por Cesário Verde e pela breve mas fortíssima experiência surrealista.


“Sou parecidíssimo com a minha poesia. Mesmo no dia-a-dia, no próprio trabalho. Entre a minha expressão coloquial e a minha expressão poética não há distância. A diferença será de intensidade, ou ao que se pode chamar intensidade.” O que O’Neill não revela, nesta entrevista ao jornal A Capital (2/5/1968), é qual das duas considera mais intensa: se a poesia, se a vida.


A sua vida, escreveu ele em 1983 (A Capital), “lisa, aplastada, chata como tem transcorrido, só pode ser inventada. E, seguramente, foi assim que eu passei a vida: a inventá-la.” Como era seu costume e gosto, desconversava. A vida de Alexandre O’Neill, se não profusa em bizarrias ou reviravoltas extravagantes, não foi lisa e chata quando a olhamos de fora. Utilizando uma figura de estilo que parece corresponder à sua forma mental, o oximoro – atentem-se em vários títulos da sua obra poética –, foi uma espécie de vidinha muitíssimo intensa, de tal forma que acabou cedo: aos sessenta e um anos, Alexandre O’Neill morreu na sequência de um acidente vascular cerebral. “Fiz do corpo alavanca sem pensar no futuro”, admitiu cerca de um ano antes de morrer.


Assinava O’Neill, o apelido que já seu pai usara, herdado de um antepassado irlandês fugido para Lisboa na década de 40 do século XVIII. O nome completo era Alexandre Manuel Vahia de Castro O’Neill de Bulhões. Nasceu em Lisboa, a 19 de Dezembro de 1924.


Da infância, conservou Alexandre breves recordações: um menino triste e fechado, a espreitar a Rua da Alegria dum quarto andar; as visitas breves e marcantes da avó Maria O’Neill, escritora, sufragista, feminista, vegetariana e dedicada à causa espírita. Nas férias, a família mudava-se para Amarante, terra natal da mãe, Maria da Glória, onde o jovem Alexandre conheceu Teixeira de Pascoaes.


Na adolescência começou a ler: além da avó escritora, a família era tradicionalmente bibliófila. O pai tinha uma vasta biblioteca – antes de enveredar pela profissão de bancário, José António O’Neill frequentara o curso de Belas Artes. Ainda estudante do Liceu, Alexandre iniciou-se na escrita. Em 1942, com dezassete anos, publicou os primeiros versos num jornal de Amarante, o Flor do Tâmega. Esta actividade não foi grandemente incentivada pela família. Apesar de ter recebido prémios literários no Colégio Valsassina, no final da adolescência Alexandre falhava nos estudos. Acabou por abandonar o Curso Geral dos Liceus: queria dedicar-se à vida marítima. Fez exames para a Escola Náutica, mas não prosseguiu estudos que, de resto, lhe eram impossibilitados pela miopia.


Em 1946, tornou-se escriturário, na Caixa de Previdência dos Profissionais do Comércio. Permaneceu neste emprego até 1952. Na verdade, apesar de nunca ter sido um escritor profissional, viveu sempre da sua escrita ou de trabalhos relacionados com livros – viria a ser copy de publicidade, cronista de jornal, encarregado de uma Biblioteca Itinerante da Gulbenkian, tradutor e assessor literário.


Data de 1947 o seu ardente envolvimento com o Surrealismo. Depois de um verão de activas experiências e leituras, o Grupo Surrealista de Lisboa nasce de um encontro na pastelaria Mexicana, em Outubro. Será constituído por Alexandre O’Neill, António Domingues, Fernando Azevedo, Vespeira, José-Augusto França, Mário Cesariny, Moniz Pereira e António Pedro.


Entre a casa deste último e o atelier na Avenida da Liberdade de que o Grupo dispunha decorrerão as actividades e reuniões durante o ano de 1948. As posições anti-neo-realistas eram frontais e provocatórias, tal como as atitudes contra o regime: em Abril, o Grupo Surrealista de Lisboa retira a sua colaboração da III Exposição Geral de Artes Plásticas, por recusar a censura prévia que a comissão organizadora decidira aceitar.


Em Janeiro de 1949 realiza-se a Exposição do Grupo Surrealista de Lisboa, do qual, entretanto já se tinham afastado Mário Cesariny e António Domingues. O'Neill expôs O Sr. e a Srª Mills em 1894, Instrução Primária, De Terça a Domingo, Looping-the-loop e A Linguagem. Na mesma altura, sai nos Cadernos Surrealistas o primeiro livro de Alexandre O'Neill, A Ampola Miraculosa, com o subtítulo “romance”.


Acompanhando o seu progressivo afastamento do Grupo Surrealista de Lisboa, o poeta publica em 1951 Tempo de Fantasmas, em cujo prefácio se demarca claramente do Surrealismo. Neste primeiro livro de poesia inclui o poema que o tornou célebre, “Um Adeus Português”, originado num episódio biográfico que o próprio viria a contar, muitos anos mais tarde. No início de 1950, estivera em Lisboa Nora Mitrani, enviada do Surrealismo francês para fazer uma conferência.


Conheceu O’Neill e apaixonaram-se. Meses mais tarde, querendo juntar-se-lhe em Paris, O’Neill foi chamado à PIDE e interrogado. Por pressão de uma pessoa da família, foi-lhe negado o passaporte. Coagido a ficar em Portugal, não voltaria a ver Nora Mitrani.



Não foi, de resto, a única vez que Alexandre O’Neill foi confrontado com a polícia política. Em 1953, esteve preso vinte e um dias no Estabelecimento Prisional de Caxias, por ter ido esperar Maria Lamas, regressada do Congresso Mundial da Paz em Viena. A partir desta data, passou a ser vigiado pela PIDE. No entanto, sendo um oposicionista, não militou em nenhum partido político, nem durante o Estado Novo, nem a seguir ao 25 de Abril – conhece-se-lhe uma breve ligação ao MUD juvenil, na altura em que abandona o Grupo Surrealista de Lisboa. A partir desta época, O’Neill foi-se distanciando de grupos ou tertúlias, demasiado irónico e cioso do seu individualismo para se envolver seriamente em qualquer militância partidária. O seu empenho era sobretudo cultural: apreciou o trabalho nas Bibliotecas Itinerantes porque ia “distribuir livros ao povo”; gostava de traduzir poetas nas suas crónicas jornalísticas, para os mostrar ao público em geral.


De facto, a partir de 1957, começou a escrever para os jornais, primeiro esporadicamente, depois, nas décadas seguintes, assinando colunas regulares no Diário de Lisboa, n’ A Capital e, nos anos 80, no JL, escrevendo indiferentemente prosa e poesia, que reeditava mais tarde em livro, à maneira dos folhetinistas do século XIX. Fez ainda parte da redacção da revista Almanaque (1959-61), publicação arrojada com grafismo de Sebastião Rodrigues onde colaboravam, entre outros, José Cardoso Pires, Luís de Sttau Monteiro, Augusto Abelaira e João Abel Manta.


Mas foi em 1958, com a edição de No Reino da Dinamarca, que Alexandre O’Neill se viu reconhecido como poeta. Tinha entretanto abandonado definitivamente a casa dos pais, casando com Noémia Delgado, de quem teve um filho em 1959, Alexandre. Nesta época, instalou-se no Príncipe Real, bairro lisboeta onde haveria de decorrer grande parte da sua vida, e que levaria para a sua escrita. Neste bairro, encontraria Pamela Ineichen, com quem manteve uma relação amorosa durante a década de 60. Mais tarde, em 1971, casará com Teresa Gouveia, mãe do seu segundo filho, Afonso, nascido em 1976.


Na década de 60, provavelmente a mais produtiva literariamente, foi publicando livros de poesia, antologias de outros poetas e traduções. Iniciou-se como copy de publicidade, actividade que se tornaria definitivamente o seu ganha-pão. Ficaram famosos no meio alguns slogans publicitários da sua autoria, e um houve que se converteu em provérbio: “Há mar e mar, há ir e voltar”.


Da sua atracção por outros meios de comunicação, que não a palavra escrita, é testemunho a letra do fado Gaivota destinada à voz de Amália, com música de Alain Oulman, tal como a colaboração, nos anos 70, em programas televisivos (fora, aliás, crítico de televisão sob o pseudónimo de A. Jazente), ou em guiões de filmes e em peças de teatro.


Mas a doença começava a atormentá-lo. Em 1976, sofre um ataque cardíaco, que o poeta admitiu dever-se à vida desregrada que sempre tinha sido a sua, e que, apesar de algum esforço em contrário, continuou a ser. No início dos anos 80, já divorciado de Teresa Gouveia, repartia o seu tempo entre a casa da Rua da Escola Politécnica e a vila de Constância, frequentemente com Laurinda Bom, sua companhia mais constante nos últimos anos. Em 1984, sofreu um acidente vascular cerebral, antecipatório daquele que, em Abril de 1986, o levaria ao internamento prolongado no hospital. Morreu em Lisboa a 21 de Agosto desse ano.


por Maria Antónia Oliveira

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