Ana Daniel, pseudónimo de Maria de Lourdes d’ Assunção Sousa, nasceu em Lisboa, a sua cidade de sempre. Entregou-se à poesia aos quinze anos, com trabalhos publicados em jornais e revistas nacionais e do então Ultramar. Ganhou prémios juvenis. Assinava por esse tempo com Ana Arlési.
Mas foi aos vinte anos que deu à sua escrita o rumo e a intensidade que o tempo guardou – e aumentou. O Prémio do Concurso de Manuscritos de Poesia, em 1969, da antiga Secretaria de Estado da Informação e Turismo, foi o reconhecimento desse percurso, feito nos intervalos de uma vida familiar absorvente, com os momentos livres guardados para Robert Browning, Rosalía de Castro, Sebastião da Gama, Fernando Pessoa (Álvaro de Campos), Sophia de Mello Breyner, Eugénio de Andrade, Emily Dickynson, e para a própria poesia, que ia acumulando.
A obra recolhida em Momento Vivo, o seu primeiro livro, em 1971, é ainda a palavra entre a estranheza e o irreparável. A que agora publica é já a solidão com corpo e alma. Entre as duas, perdas, ausências, a afastarem-na da infância de Campo de Ourique, da adolescência de Salreu, donde trouxe segredos como o de Ricoco, a remeterem-na para um estado de alma onde é fácil ler, no lirismo da saudade, a revolta e o inconformismo.
Contra a impossibilidade de regresso, a viagem e o aconchego da memória, a que se dá nas madrugadas de Sintra, onde vive há 60 anos, até à alvorada, de que tem mil retratos. Porque nenhuma, como gosta de dizer, é igual. Como, de resto, nenhum dos seus poemas, alguns de quando escrevia nas costas dos pacotes de açúcar, que foi guardando sem urgência para, se fosse caso disso, os libertar um dia das gavetas. Onde ficaram ainda muitos.
Mas foi aos vinte anos que deu à sua escrita o rumo e a intensidade que o tempo guardou – e aumentou. O Prémio do Concurso de Manuscritos de Poesia, em 1969, da antiga Secretaria de Estado da Informação e Turismo, foi o reconhecimento desse percurso, feito nos intervalos de uma vida familiar absorvente, com os momentos livres guardados para Robert Browning, Rosalía de Castro, Sebastião da Gama, Fernando Pessoa (Álvaro de Campos), Sophia de Mello Breyner, Eugénio de Andrade, Emily Dickynson, e para a própria poesia, que ia acumulando.
A obra recolhida em Momento Vivo, o seu primeiro livro, em 1971, é ainda a palavra entre a estranheza e o irreparável. A que agora publica é já a solidão com corpo e alma. Entre as duas, perdas, ausências, a afastarem-na da infância de Campo de Ourique, da adolescência de Salreu, donde trouxe segredos como o de Ricoco, a remeterem-na para um estado de alma onde é fácil ler, no lirismo da saudade, a revolta e o inconformismo.
Contra a impossibilidade de regresso, a viagem e o aconchego da memória, a que se dá nas madrugadas de Sintra, onde vive há 60 anos, até à alvorada, de que tem mil retratos. Porque nenhuma, como gosta de dizer, é igual. Como, de resto, nenhum dos seus poemas, alguns de quando escrevia nas costas dos pacotes de açúcar, que foi guardando sem urgência para, se fosse caso disso, os libertar um dia das gavetas. Onde ficaram ainda muitos.
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