O académico sul-africano David Bunyan insistiu ontem que os seus compatriotas deveriam incluir Fernando Pessoa na categoria dos poetas sul-africanos.
Bunyan, um destacado professor de línguas em várias universidades da África do Sul e profundo conhecedor de Fernando Pessoa, defendeu numa conferência dedicada ao poeta português que os anos passados por Pessoa na cidade costeira de Durban e a adopção do inglês como língua de expressão, em paralelo com o português, até ao fim da sua vida, fazem dele um escritor também do universo sul-africano.
A conferência, que ontem decorreu na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, foi a primeira de uma série patrocinada pelo Instituto Camões em duas cidades sul-africanas e nas capitais do Botsuana e Zimbabué, e que têm como orador principal o investigador e tradutor de Pessoa Richard Zenith. Como moderador estava outro grande admirador da obra do “poeta de duas línguas e muitas máscaras” (o tema da leitura), o crítico literário e autor sul-africano Stephen Grey.
Para David Bunyan, “embora Pessoa não seja muito conhecido entre os leitores e o público sul-africano, os seus poemas intrigaram um grande número de autores (muitos deles poetas) sul-africanos”, destacando-se entre aqueles Roy Campbell, poeta e autor satírico nascido em Durban, que foi estudante no mesmo liceu que Pessoa e que viveu em Portugal a partir de 1952, até morrer num acidente de viação em Setúbal em 1957.
“A principal razão pela qual eu penso que ele (Pessoa) fascinou tanto os poetas sul-africanos é por o considerarem um poeta dos poetas, alguém que se preocupou tanto com a forma da poesia a um nível muito fundamental”, referiu Bunyan.
Com recurso a imagens de Fernando Pessoa ao longo da sua vida e de alguns dos seus manuscritos originais, Richard Zenith concentrou a sua palestra na mestria da criação de mais de setenta personagens e no crescimento desse ser “tão plural como o próprio universo”.
“O reitor da Durban High School, que era um amante do latim, viu em Pessoa um aluno excepcional e puxou por ele. Começando os estudos secundários naquele estabelecimento aos 11 anos, quando a maioria dos outros alunos tinham já 13, concluiu-os aos 13, e, mesmo quando regressou a Portugal em 1905, com 17 anos, durante três anos não escreveu nada em português, continuando a criar em inglês através dos seus muitos heterónimos”, salientou Zenith.
O mesmo painel conduzirá palestras dedicadas a Pessoa quarta-feira no Durban High School (onde o poeta estudou), sábado, dia 23, em Joanesburgo, a 25 em Gaborone, Botsuana, e a 28 em Harare, Zimbabué.
Cortesia de O Público
Bunyan, um destacado professor de línguas em várias universidades da África do Sul e profundo conhecedor de Fernando Pessoa, defendeu numa conferência dedicada ao poeta português que os anos passados por Pessoa na cidade costeira de Durban e a adopção do inglês como língua de expressão, em paralelo com o português, até ao fim da sua vida, fazem dele um escritor também do universo sul-africano.
A conferência, que ontem decorreu na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, foi a primeira de uma série patrocinada pelo Instituto Camões em duas cidades sul-africanas e nas capitais do Botsuana e Zimbabué, e que têm como orador principal o investigador e tradutor de Pessoa Richard Zenith. Como moderador estava outro grande admirador da obra do “poeta de duas línguas e muitas máscaras” (o tema da leitura), o crítico literário e autor sul-africano Stephen Grey.
Para David Bunyan, “embora Pessoa não seja muito conhecido entre os leitores e o público sul-africano, os seus poemas intrigaram um grande número de autores (muitos deles poetas) sul-africanos”, destacando-se entre aqueles Roy Campbell, poeta e autor satírico nascido em Durban, que foi estudante no mesmo liceu que Pessoa e que viveu em Portugal a partir de 1952, até morrer num acidente de viação em Setúbal em 1957.
“A principal razão pela qual eu penso que ele (Pessoa) fascinou tanto os poetas sul-africanos é por o considerarem um poeta dos poetas, alguém que se preocupou tanto com a forma da poesia a um nível muito fundamental”, referiu Bunyan.
Com recurso a imagens de Fernando Pessoa ao longo da sua vida e de alguns dos seus manuscritos originais, Richard Zenith concentrou a sua palestra na mestria da criação de mais de setenta personagens e no crescimento desse ser “tão plural como o próprio universo”.
“O reitor da Durban High School, que era um amante do latim, viu em Pessoa um aluno excepcional e puxou por ele. Começando os estudos secundários naquele estabelecimento aos 11 anos, quando a maioria dos outros alunos tinham já 13, concluiu-os aos 13, e, mesmo quando regressou a Portugal em 1905, com 17 anos, durante três anos não escreveu nada em português, continuando a criar em inglês através dos seus muitos heterónimos”, salientou Zenith.
O mesmo painel conduzirá palestras dedicadas a Pessoa quarta-feira no Durban High School (onde o poeta estudou), sábado, dia 23, em Joanesburgo, a 25 em Gaborone, Botsuana, e a 28 em Harare, Zimbabué.
Cortesia de O Público
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