Entrevista com Lee Chandong realizador de «Poesia»

Poesia, o filme coreano que conquistou o prémio de argumento em Cannes, realizado por um homem das imagens preocupado com a sobrevivência das palavras.

A história de uma avó que procura beleza em todo o lado mas está rodeada pela rudeza insuportável da realidade. De uma velhota simpática e tonta, que fala e olha demais e que procura pela primeira vez na vida escrever um poema mas as palavras já lhe vão sendo roubadas pelo Alzheimer. Poesia, um filme coreano onde a delicadeza e a brutalidade se tocam sem melodramatismos, chega finalmente a Portugal. O premiado realizador, Lee Changdong, argumentista, romancista e ex-Ministro da Cultura e do Turismo da Coreia do Sul, falou à VISÃO sobre palavras e incomunicação, sobre a decadência da poesia e deum certo tipo de filmes, e sobre as medidas proteccionistas coreanas que contribuem para manter o cinema coreano no mapa internacional.

Entrevista:

FINAL CUT: O seu filme insiste muito na questão da poesia como algo em vias de extinção... Pode dizer-se que a avó (a extraordinária atriz Yun Junghee) encarna a poesia e busca a beleza das coisas nas roupas garridas que veste, nos pássaros, nas ameixas, nas flores, mas está a desvanecer-se aos poucos e a perder a memória? Acha mesmo que a poesia vai morrer?


LEE CHANGDONG: Penso que as pessoas escrevem cada vez menos poesia e lêem-na cada vez menos. Parece-me que os alunos aprendem poemas na escola como se aprendessem palavras arcaicas e que, na vida quotidiana, os poemas existem apenas na publicidade. Isto acontece também no cinema.

Quem terá uma morte mais súbita, a poesia ou o cinema?

Alguns filmes ainda estão a ser consumidos em grande quantidade. Alguns filmes que gostava de produzir e de ver tornam-se cada vez mais difíceis de encontrar. Agora, estes filmes não circulam em 'supermercados' e são como um objecto raro que podemos comprar numa feira da ladra que se realiza uma vez por ano. A feira da ladra é o festival de filmes. Nestas circunstâncias, acha que vale a pena medir pulsações para ver quem vai morrer primeiro?

Pensa que este sentimento em relação à poesia como uma coisa para loucos, sonhadores, com os pés pouco assentes na terra é algo de universal? Em Portugal, houve um candidato a presidente da Republica e muita gente comentava depreciativamente "mas é um poeta"... Pelo facto de também ter sido político ligado à arte sentiu esta espécie de desconfiança ou preconceito?

Acho que os coreanos têm uma dualidade de pensamento sobre os poemas. Se um político escrever bem poemas na Coreia, ganhará mais crédito. Mas se um poeta se tornar político, as pessoas irão rir-se. Não sei se haverá também esta dualidade de atitudes noutros países? As pessoas dizem que os poemas devem ser respeitados, que são valiosos mas por outro lado desprezam-nos dizendo que não enchem barrigas.

É ao mesmo tempo comovente e cruel assistir a alguém a tentar escrever o seu primeiro poema na vida e encontrar as palavras justas, quando descobre que tem Alzheimer e já começa a esquecer-se das palavras mais óbvias...

Essa é exactamente a ironia da vida. A vida é algo que tem de se ganhar e algo que tem de se perder. Escrever poemas também é a mesma coisa. Escrever poemas é descobrir beleza, mas ela não existe por si só. Tal como existe luz e escuridão, a beleza coexiste com sujidade, fealdade e sofrimento.

O filme põe em confronto diferentes tipos de alheamento. O da velhota que vai perdendo a memória porque tem Alzheimer. O do adolescente, alienado pela televisão e jogos de computador. O do velhote acamado que quer a ilusão de ter sexo. Todos aquele pais mais preocupados em resolver o crime dos filhos mais através do dinheiro do que com a ética...

Adicionalmente, podemos dizer que a Mija, a personagem principal, é marginalizada pelo mundo. Ela não tem uma amiga íntima e não tem empatia pelo neto com quem vive. Ela também não sente empatia pela filha com quem está sempre a comunicar pelo telefone, apesar de lhe chamar eterna amiga. A sua pureza de criança é tratada ainda como uma imprudência estranha no mundo sofisticado.

Também considera, tal como diz o professor de poesia, que para saber criar o principal é saber olhar?

As palavras do poeta representam de algum modo os meus pensamentos. Como olhar para o mundo? Isso é essencial para escrever poemas e produzir filmes. Os filmes mostram o mundo pelos olhos dos espectadores. Mas como é que os filmes que produzimos mostram o mundo aos espectadores?

A poesia também não pode ser uma forma de nos alhearmos da realidade - no bom sentido da expressão?

Acredito que os bons poemas nos mostram as coisas, para além da realidade e do mundo. Isso não é fugir ou afastar-se da realidade e do mundo, é em vez disso, entrar dentro deles.

O seu filme contém uma parte quase documental em que uma série de pessoas nos falam do seu conceito de felicidade. Se para uns é o amor, ou o nascimento dos filhos para outros pode ser mudar de apartamento para um andar superior...

O modo de sentir a beleza varia de pessoa para pessoa. O professor que ensina poemas no filme queria que cada aluno o contra-interrogasse sobre o que sentem pelo belo na vida deles. Mija, a personagem principal, conta a primeira memória da sua vida.

A memória de quando ela andou, e deu o primeiro passo no mundo... E ela está agora a perder as memórias da sua vida.

Enquadra sempre a televisão de costas para nós, de forma a que o adolescente fique quase a fitar a câmara, mas ao mesmo tempo, com um olhar distante e ausente?

Criei a cena em que o Wooki está a ver televisão à noite, jantando à mesa e a Mija está de pé atrás dele, e a olhar para ele. Esta cena demonstra a sua relação com o neto e é uma cena simbólica que mostra a lacuna entre as gerações do nosso tempo. Isso é constituído pelo chamado triângulo ortodoxo e há uma televisão no meio de toda a cena (claro que não podemos ver o écrã). Parece-nos que o miúdo só está interessado em ver televisão. A avó, afastada, está a olhar para as costas dele. Essa é a forma como a televisão contribui como modo de comunicação entre as gerações do nosso tempo.

Porque é que ela concede o desejo sexual ao velho, humilhando-se? Por compaixão, por calculismo ou por alguma relação com a violação em que o grupo do neto está envolvido?

Na cena anterior ela está de pé, na ponte em que a menina se atirou, olhando para baixo, para a água que corre. E está a pensar profundamente em algo, sentada debaixo da ponte à chuva. Esta cena é o ponto de viragem para ela e para o filme. Em que terá pensado? Talvez tivesse pensado no desejo sexual de um macho imaturo que não se responsabiliza e no desejo sexual de um macho velho que agora se tornou impotente e que suplica por desempenhar pelo menos uma vez o papel do homem. E ela visita o velho. Mas ninguém sabe porque é que ela teve aquele comportamento. Isso é algo que não se pode explicar

Há um sentido sacrificial que funciona como um paralelismo ... Ela denuncia o neto que violou mas deixa-se violar pelo velho... E no final, há uma espécie de transferência de personalidades, quando a velhota assume o destino fatal da rapariga...

Ou seja, aquilo é compaixão pelo sofrimento dos outros. Normalmente é fácil pensarmos que o sofrimento dos outros neste mundo não tem nada a ver connosco, no entanto os sofrimentos estão interligados. O sofrimento da mãe palestiniana que chora pela perda do filho (é apresentado na primeira parte do filme através de uma notícia de televisão numa cena no hospital) está ligado ao de uma mãe coreana.

Essa velhota é uma pessoa demente mas é a única que tem a lucidez de perceber que há uma vítima que está ser transaccionada por dinheiro...

Ela também é uma figura única que tem uma determinação ética. O enredo escondido deste filme, na verdade, está ém seguir a sua opção ética. É claro que tentei não mostrar directamente a opção dela, porque queria que os próprios espetadores a avaliassem. Claro que deixei várias pistas. Por exemplo, comprar a pizza ao menino como se fosse a última ceia, dar-lhe banho e cortar-lhe as unhas dos pés....

Ao contrário de Portugal e de tantos outros países, a Coreia do Sul tem uma cinematografia sólida e muito apoiada oficialmente. Pode explicar-nos como isso funciona?

Existem várias políticas para incentivar a indústria cinematográfica e também há uma instituição chamada Conselho de Promoção Cinematográfica na Coreia. Mas acima de tudo, a razão pela qual a indústria cinematográfica da Coreia pôde manter o seu dinamismo deveu-se ao sistema de quotas de tela, para que os filmes coreanos não entrassem em declínio com a ofensiva quantitativa dos filmes de Hollywood. Por isso a Coreia pôde permanecer como um dos raros países do mundo onde os filmes coreanos são produzidos a pedido do mercado. Mas a quota da tela tornou-se impotente devido à sua redução há alguns anos. No entanto os filmes coreanos ainda estão a competir contra os filmes de Hollywood. Até quando conseguirão? Ninguém o sabe.

Cortesia de Final Cut

1 comentário:

Anónimo disse...

Merecido o prêmio de melhor roteiro, pois o filme eh arte pura, onde o objetivo é fazer o espectador pensar, refletir e mudar-se. O diretor Lee entende mesmo o sentido de que a arte é uma expressão capaz de mostrar o oculto do ser humano. por Gracielle

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